A ex-vice-prefeita de Santo André Ivete Garcia (PT) pediu exoneração da Secretaria de Política para Mulheres da prefeitura de São Paulo, criada na administração Fernando Haddad (PT). Na passagem relâmpago, a petista atuou como adjunta da Pasta, chefiada por Denise Motta Dau, a qual serviu por apenas três meses – de novembro do ano passado ao dia 17 de fevereiro, quando requereu a demissão à comandante. Nesse período, ela ocupou por 20 dias o comando da área, enquanto a titular entrou em férias.

Mesmo no posto de número dois na hierarquia, Ivete saiu do departamento, segundo informações de bastidores, devido a problemas internos. Pela função exercida, a petista recebia vencimentos mensais de R$ 19,2 mil. Militante do movimento feminista e influente no PT, ela foi indicada pelo diretório paulista para trabalhar no quadro técnico-político da Pasta. Com a imprevista decisão adotada pela ex-vice, o cargo em comissão ficou vago por mais de um mês. Somente na semana passada, Dulcelina Xavier assumiu o espaço.

Ivete retornou ao posto de chefe de gabinete do deputado estadual Rui Falcão, presidente nacional do PT, candidato à reeleição em outubro para renovar o mandato na Assembleia Legislativa. Ex-secretária de Orçamento e Planejamento Participativo da gestão João Avamileno (PT), em Santo André, a ex-vereadora já descartou disputar o processo eleitoral deste ano. Mas ficará numa encruzilhada. Recentemente, ela sinalizou apoio a Luiz Turco, mandatário municipal do petismo, também postulante ao Parlamento paulista.

Com a implantação da Secretaria de Mulheres no governo do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), efetivada em janeiro, a petista foi cotada para assumir a liderança da área. Contudo, a escolhida do chefe do Executivo foi Silmara Conchão, outra antiga militante do PT local. Quando ingressou na Pasta da Capital, Ivete prometeu intercâmbio de experiências entre as duas cidades e parceria em projetos, o que não se concretizou por conta do breve período na direção do setor.

Socióloga, a ex-vice por duas vezes esteve perto de ser a candidata do partido à Prefeitura. Em 2007, a petista disputou as prévias internas, porém foi derrotada pelo hoje deputado federal Vanderlei Siraque, que sofreu revés no páreo do ano seguinte. Em 2011, cogitou entrar na corrida para o pleito, só que desistiu antes da plenária. Grana foi definido por consenso como postulante petista. Atualmente, considera pouco provável concorrer a cargo eletivo.

Procurada, Ivete não foi localizada para comentar a saída do Paço.