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Eder leva ao MP recibos de pagamentos no Esporte

Ex-secretário do setor de São Caetano questiona repasses, inclusive ao técnico do ginasta Arthur Zanetti

Por Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
12/03/2014 | 06:57
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Vereador de São Caetano e ex-secretário de Esporte, Eder Xavier (PCdoB) vai encaminhar ao Ministério Público recibos de pagamento dos atletas da cidade. Na visão do parlamentar, os repasses são ilegais e ferem a legislação federal.

O comunista criticou a maneira como os clubes pagam os esportistas. O Paço entrega as verbas às agremiações, que repassam aos atletas. “A movimentação é feita em dinheiro e ninguém acompanhou a entrega desses valores. Nem sempre é depositado em conta bancária, ou seja, eles mexem com valor em espécie.”

Para Eder, os repasses precisam ser feitos por transações bancárias que comprovem o pagamento de forma transparente. “Não há ninguém para verificar se a pessoa que assinou o recibo de R$ 4.000 recebeu apenas R$ 1.000, por exemplo. Abre brecha (para malfeitos)”, justificou.

O comunista citou três comprovantes assinados por Marcos Goto, técnico do ginasta e medalhista olímpico Arthur Zanetti. “Ele (Goto) assina como atleta, sendo que não é. Não há desconto (de imposto). Ele leva esse dinheiro limpo. Que tipo de recibo é esse?”, questionou.

Documentos apresentados pelo ex-secretário ao Diário mostram que Goto recebeu, além dos pagamentos mensais, quatro repasses de R$ 18 mil pelo ressarcimento de despesas com alimentação e diárias referentes aos meses de abril, maio e dois de junho: primeiro assinado em 1º de agosto e o segundo, em 10 de setembro.

Além disso, o técnico recebeu R$ 7.500 por exibição técnica durante a 56ª edição dos Jogos Regionais, realizada em Santo André em 2012, ainda na administração José Auricchio Júnior (PTB).

Goto não foi localizado pela equipe do Diário para comentar o assunto.

Eder acrescentou que o convênio entre a Prefeitura e os clubes não determina o valor a ser repassado mensalmente – a estimativa é de R$ 1,2 milhão ao ano apenas para a ginástica artística, que fica no Clube Santa Maria. “Como posso fazer investimento, sendo que não está formalizado quanto vou empenhar? A pessoa pode alegar que possui crédito de R$ 20 mil, R$ 30 mil. Imagina administrar assim o dinheiro público? Não tem cabimento”, completou.

As denúncias feitas pelo vereador motivaram o pedido de exoneração da Pasta de Esporte. Nos quase três meses em que esteve no cargo, ele se recusou a assinar os cheques para os clubes, o que atrasou pagamentos dos salários de atletas e professores e, posteriormente, culminou numa crise entre a classe de esportistas e a administração. Os atrasados foram pagos no fim do mês passado, após a saída do comunista.
 




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