Economia Titulo Consumo
Consumidor gastará 14,4% a mais com cosméticos

Projeção exclusiva do Ibope é de que sejam gastos
R$ 779,62 milhões na região com os itens de beleza

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/03/2014 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Batons, xampus, condicionadores, cremes para a pele e esmaltes. Os cosméticos já fazem parte da cesta de compras das mulheres e, segundo dados exclusivos do Ibope, o potencial de consumo no Grande ABC será 14,4% maior, se comparado a 2013. Os moradores da região vão desembolsar R$ 779,62 milhões com os produtos, R$ 98,43 milhões mais que em 2013. Durante o ano passado foram gastos R$ 681,19 milhões.

Conforme explica o professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e gestor do Inpes (Instituto de Pesquisa) da universidade, Leandro Prearo, as vendas de cosméticos são impulsionadas principalmente pelo fato de a maioria dos compradores ser de mulheres. “Apesar de os homens estarem cada vez mais comprando cosméticos, a mulher ainda é a grande consumidora desse produto. Atualmente, ela está inserida no mercado de trabalho, tem seu próprio dinheiro e a possibilidade de adquirir os produtos por conta própria”, disse.

Prearo também cita a quantidade de marcas e produtos como fator importante para os números. “Cada vez mais se tem acesso a um mix de produtos e preços variados. Hoje, marcas que eram impensáveis para que a classe C comprasse estão disponíveis em lojas de rua e shoppings centers.”

CLASSES - Segundo os dados do Ibope, o maior número de compradores está concentrado nas classes B e C. Ambas tiveram aumento em relação ao ano passsado, sendo que a B passou de R$ 329,53 milhões para R$ 383,5 milhões (aumento de 16,37%) e a C, de R$ 271,79 milhões para R$ 317,43 milhões (16,79% a mais).

A atendente de telemarketing Luciana Santos é uma das que não abrem mão de comprar cosméticos todo mês. “Ganho R$ 800, sendo que por mês gasto R$ 150 em perfumarias. Compro principalmente esmaltes para variar sempre de cor”, declarou.

A ajudante de cozinha Débora Camargo gasta R$ 50 a mais que Luciana, do salário de R$ 1.200. “Pelo menos R$ 200 por mês são reservados para gastos com o cabelo, pele e unhas. Isso sem contar o que eu gasto no cabeleireiro, já que sempre faço escovas progressivas.”

Para a analista de pesquisa da Batanga Media Carolina Ferreira, a mulher está mais preocupada com a beleza, independentemente de sua renda mensal. “Para a mulher, o que importa é ficar bonita. Segundo uma pesquisa que realizamos com as usuárias do portal M de Mulher, 54% estão insatisfeitas com algo no corpo, ou seja, elas realmente vão atrás desta satisfação”, disse.

COMPLEMENTO DE RENDA - Além de serem as principais consumidoras, as mulheres também vão atrás do mercado dos cosméticos para ajudar a complementar o orçamento. As revendedoras comercializam produtos no porta a porta, por meio de revistas, e recebem porcentagens da empresa. A recepcionista Ângela Maria Alvino da Silva, moradora de Diadema, já está há 19 anos no ramo. “Essa atividade me ajuda bastante, atualmente 30% da minha renda é correspondente às vendas”, disse.

Apesar da ajuda, Ângela relata dificuldades em relação às condições de pagamento. “Hoje, não tem aquela disposição para vender como antes, já que a gente não trabalha com cartão. Então não tem aquela facilidade de pagamento”, afirmou.

A faturista Gislaine Martins, também de Diadema, ainda não percebe o retorno, por revender há pouco tempo (desde dezembro do ano passado). “Eu sou maquiadora, só comprava para usar nas clientes, até que resolvi revender maquiagem. Agora, quando perguntam ‘nossa, que produto é esse?’, eu já faço a propaganda”, disse Gislaine. 




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