A SPMar, concessionária responsável pela construção do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, está encontrando dificuldades para a realização das obras de escavação do viário sob a linha férrea em Ribeirão Pires. Isso porque a empresa ainda depende de autorização da MRS Logística, que detém concessão de parte da área que receberá as intervenções, para dar continuidade aos trabalhos na altura da Avenida Humberto de Campos.

Segundo a SPMar, o projeto para a passagem da estrada debaixo do trecho ferroviário foi apresentado aos responsáveis pelas áreas em setembro de 2011. A concessionária alega que, como houve demora na liberação das obras por parte da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) – que também detém parte da área e liberou a abertura do túnel há uma semana – e MRS Logística, foi necessária alteração no método construtivo da escavação. Isso para garantir que o Trecho Leste seja entregue dentro do prazo previsto, em março.

Antes, o processo de enfilagem (nome técnico da intervenção que será feita no local) seria realizado de um lado do morro ao outro. Para dar maior agilidade aos trabalhos, a SPMar irá fazer a escavação nos dois lados simultaneamente, o que irá tornar a área mais sensível. Para isso, precisa receber a autorização da MRS Logística e a garantia de que os trens que irão passar pelo trecho circularão em baixa velocidade para não atrapalhar a execução do serviço.

Segundo a concessionária, a construção da passagem, que terá 37 metros de extensão, está prevista para ser realizado em torno de cinco meses. Devido ao prazo reduzido e à grande sensibilidade do novo método, a SPMar informou que já determinou a imediata mobilização da Contern (construtora que executa a obra), para triplicar o número de funcionários envolvidos na empreitada, aumentando o período de trabalho para três turnos.

Para a concessionária, se a liberação da licença da MRS Logística se arrastar por mais um mês, haverá limitações físicas para executar a escavação dentro do prazo previsto, por mais pessoas que sejam deslocadas para a frente de obras.

A MRS Logística informou que o projeto inicial de transposição da linha férrea não considerava duplicação que será promovida no trecho e, por esse motivo, precisou ser remodelado. A empresa informou ainda que recebeu recentemente a documentação final da SPMar, e está promovendo a análise técnica, dentro do prazo acordado com a concessionária. A expectativa da empresa é resolver a questão até o fim deste mês.

Já a CPTM informou que a SPMar entregou os projetos para avaliação da estatal na segunda quinzena de julho. Após análise, a companhia solicitou alterações no projeto para que as obras fossem realizadas sem causar interferência na circulação dos trens da Linha 10-Turquesa, que foram apresentadas no mês passado. A CPTM alega que só liberou a obra há uma semana por esses motivos.