Koiti Takaki (PV) deixará a Pasta de Governo de Ribeirão Pires nos próximos dias. A justificativa do Executivo é de que o secretário pretende se dedicar somente ao setor de Saúde.

O advogado Patrick Pavan desponta como favorito para assumir o posto na linha frente da administração. No governo passado, ele chegou a ser adjunto do setor, que era comandado por Nonô Nardelli.

Nos bastidores do Paço, a mudança no primeiro escalão é tratada como um sinal de que Koiti tem perdido força no governo. Desde a campanha eleitoral, o ex-vereador é apontado como pessoa de confiança de Saulo e, com a vitória nas urnas, tornou-se o homem-forte ao ficar com a Secretaria de Governo e a interlocução com o Legislativo. Koiti não foi localizado pela equipe do Diário para comentar o assunto. 

Nos dois primeiros meses da gestão, o secretário de Governo também ocupou a Pasta de Saúde até que Fernando Antonio Blandi tirasse licença do cargo que ocupava na Polícia Militar. No mês passado, o médico pediu exoneração.

Especula-se que Koiti teria se autointitulado secretário interino da repartição sem ter consultado Saulo, que teria ficado incomodado com a atitude do colega. Cerca de um mês após esse episódio, Saulo resolveu trocar o comando da Secretaria de Governo.

Por outro lado, Koiti tinha carta branca para trabalhar na administração. Além de fiscalizar o trabalho dos outros integrantes do primeiro escalão, ele participava das escolhas de novos secretários – a nomeação de Carlos Lima (PT) em Assuntos Estratégicos foi articulada pelo verde. O petista foi indicação do ex-prefeito de Rio Grande da Serra Ramon Velásquez (PT), amigo do homem-forte.

Semanas após voltar ao setor da Saúde, Koiti afirmou com exclusividade ao Diário que permaneceria no cargo até dezembro para conseguir resultado no seu trabalho, mas que continuaria na Secretaria de Governo. Ele foi responsável pelo contrato com a Fundação do ABC. O acordo terceirizou parte do sistema municipal, o que vai contra a filosofia pregada pelo prefeito.

CASO ANTIGO

Em 2011, Koiti e Saulo estreitaram a relação de olho na conquista do Paço na eleição do ano seguinte. Os dois deixaram o PV após desentendimento com o ex-prefeito da cidade Clóvis Volpi (ex-verde que hoje está no PTB) e buscaram partidos que permitissem a candidatura do atual comandante do Paço. O chefe do Executivo foi para o PMDB e o secretário migrou para o PSD, partido que deixaria meses depois.

Na campanha, Koiti ganhou ainda mais respaldo de Saulo ao tornar-se coordenador-geral do grupo e articulador dos partidos da coligação. A escolha das chapas majoritária e proporcional passou pela mão do secretário.