Na coluna de hoje, eu havia me organizado para falar sobre o segundo curso que eu fiz em Los Angeles, no Disney Institute, mas com tudo o que aconteceu no Brasil na última semana, decidi falar sobre um outro tema e deixar o tema de Quality Service (Qualidade em Serviços) para a semana que vem. Na semana passada, ministrei uma palestra em um renomado laboratório farmacêutico falando sobre crenças limitantes.

Mas o que são crenças limitantes? São convicções ou certezas, que acreditamos serem verdadeiras. Nossas verdades, que fundamentam nossa forma de ser ou daquilo que alcançamos em nossa vida. Estas crenças, porém, limitam nossa vida, pois atuam como defesas aprendidas e treinadas ao longo dela, que se repetem sem haver mais sentido.

Um exemplo... Para deixar claro sobre o que estou falando, vou dar um exemplo. Uma pessoa fez um relatório mediano, e seu chefe gritou com ele, que pensou: “Eu podia ter feito melhor, se eu tivesse feito meu melhor, não teria ouvido este grito.”

Esta mensagem resgata essa pessoa de lugares ainda piores, como “meu chefe não gosta de mim, ele quer me demitir”. A partir daí, todos os relatórios ficam impecáveis pois a pessoa não quer ter a mesma sensação de ouvir um grito diante dos outros. Isto faz com que ele demore muito mais para fazer um relatório, quando, às vezes, ele precisa de algo simples. Mas este comportamento é mais forte que ele. A crença que está por trás de um padrão comportamental é: “A culpa é minha, eu poderia ter feito melhor”.

Enquanto ele se relacionar com o mundo sob o prisma desta crença limitante, os eventos tendem a ser percebidos de maneira negativa por ele mesmo. Contextualização com as manifestações

Como acabei organizando e revendo vários destes conceitos para a palestra da semana passada, não deu para deixar de traçar um paralelo com o que vem acontecendo no Brasil. É como se o povo estivesse transformando uma crença irracional: “Não adianta reclamar e reivindicar”, em uma crença racional: “Assumindo meu papel de cidadão, terei um Brasil melhor”. A crença positiva o impulsiona em direção aos seus sonhos, ao contrário da crença irracional ou limitante, que o distancia de seus sonhos e, mais que isso, aprisiona-o em um padrão comportamental, muitas vezes inconsciente, que não lhe permite utilizar todo o seu potencial nas relações.

Eu espero de fato que o Brasil e o povo brasileiro consigam transformar uma crença limitante que o paralisava e alimentava o status quo em algo que traga toda a potencialidade deste País. Que manifestações pacíficas tragam mais confiança. Siga confiante e boa sorte!