A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, iniciada no dia 15, termina amanhã e o Grande ABC imunizou 55,4% da população-alvo. Isso significa que das 555 mil doses esperadas para a região, cerca de 307 mil foram aplicadas. A princípio a campanha terminaria no dia 26 de abril, mas foi prorrogada pelo Ministério da Saúde por conta da baixa adesão.

A vacinação é destinada a pessoas mais vulneráveis a complicações decorrentes de gripe, como idosos com mais de 60 anos, crianças de 6 meses a 2 anos, gestantes, mulheres que tiveram filho nos últimos 45 dias e portadores de doenças crônicas. Profissionais da Saúde também devem ser imunizados.

Na região, a população-alvo que mais procurou os postos de Saúde foi das puérperas (mulheres que deram à luz nos últimos 45 dias), situação ocorrida em Santo André, São Bernardo e Diadema. Em Mauá e Ribeirão Pires foram os profissionais da Saúde que mais buscaram imunização. Já em São Caetano são os idosos os maiores responsáveis pela aplicação da vacina. Rio Grande da Serra não apresentou dados.

A diretora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Helena Sato, aponta que a desinformação é um dos fatores que contribuem para a não adesão à campanha. "Muitos não tomam a vacina por medo da reação e outros por acharem que, mesmo imunizadas, contraem gripe. No entanto, não mais do que 10% da população apresenta reação adversa. Em relação à infecção por gripe após a vacina, é algo impossível, pois na sua constituição há apenas fragmentos de vírus, cujo efeito é apenas proteger", alerta.

Segundo a especialista, há confusão entre o que é gripe e resfriado. "A gripe aparece de repente e deixa as pessoas de cama. Já o resfriado é manifestado mais levemente, com tosse e coriza", diferencia.

O objetivo da vacina é prioritariamente evitar complicações nos grupos de risco, justamente por possuírem mais chance da doença evoluir para pneumonia e até exigir internação. "O quanto antes a imunização for feita, melhor, pois a vacina só protege adequadamente o organismo 15 dias após a aplicação", esclarece Helena.

A necessidade de imunização ocorre todos os anos devido às constantes mutações sofridas pelo vírus, o que demanda a produção de nova fórmula a fim de combatê-lo. A vacina não é indicada para quem tem alergia a ovo, pois geralmente são feitas com proteína proveniente do alimento.

ESTADO

Em todo o Estado de São Paulo participaram até o momento da campanha 5,8 milhões de pessoas. Número também inferior à meta da Secretaria de Estado da Saúde, que pretendia imunizar 7 milhões de paulistas durante a ação.

Sobe para 6 o número de mortes por H1N1

O Grande ABC registrou mais um caso de morte por gripe suína, em Ribeirão Pires. Com isso, subiu para seis o número de óbitos causadas pelo vírus Influenza A (H1N1). São Bernardo contabilizou três vítimas fatais e Santo André e São Caetano outras duas.

Além das mortes, o número de casos confirmados na região chega a 22: 11 em São Bernardo; seis em Santo André; dois em São Caetano; dois em Mauá e um em Diadema. Em Ribeirão Pires, estão sendo investigados sete pacientes com suspeita da doença.

Em 2009, todo o País viveu pandemia de gripe suína. Na região cerca de 700 pessoas foram infectadas e 50 morreram.

Embora o vírus seja adquirido por via respiratória, por meio da inalação de partículas de secreção infectada presentes no ar, a vacinação evita que complicações ocorram, pois ela protege contra três tipos de gripe: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B.

O casal de aposentados Luzia Zanetti, 78 anos, e Mardoqueo Zanetti, 81, procurou ontem UBS (Unidade Básica de Saúde) em Santo André para recebe a imunização por incentivo do filho, que é médico. "Nessa idade é importante se vacinar por conta das possíveis complicações", contou Mardoqueo.

Já a dona de casa Fabiana Santos, 29 anos, levou o filho Arthur, 2 anos e 7 meses, para ser vacinado. "Apesar de ele ter mais de 2 anos, é considerado paciente com doença crônica por conta da rinite", explicou.