Pelo menos dez pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas em um atentado suicida reivindicado pelos talibãs no centro da cidade de Gardez, capital da província de Paktia (Afeganistão). A região é conhecida pelos intensos combates que causaram a morte de dezenas de combatentes rebeldes nos últimos dois dias.

O Afeganistão enfrenta um aumento dos atentados rebeldes, que deixaram 28 mortos desde quinta-feira, entre eles três militares alemães da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), assassinados no sábado em um ataque praticado por um terrorista suicida em Kunduz, norte do Afeganistão.

Na cidade de Gardez, na província de Paktia, cerca de 100 km ao sul de Cabul, "um suicida carregado de explosivos detonou sua carga na cidade de Gardez, deixando dez civis mortos e 30 feridos", revelou o Ministério afegão do Interior em um comunicado. O suicida ativou a carga de explosivos que levava consigo em um mercado muito freqüentado do centro da cidade, declarou o porta-voz do ministério, Zemarai Bashary.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos ainda não informou se o ataque deixou vítimas entre seus membros. A Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança) da Otan assegurou que o ataque não causou baixas entre seus integrantes. Um contingente de militares norte-americanos está mobilizado na região.

Segundo uma testemunha, a explosão ocorreu logo depois da passagem de um veículo militar estrangeiro. Um porta-voz talibã reivindicou por telefone o atentado suicida, o segundo em menos de 24 horas no Afeganistão.

No sábado, três militares alemães da Otan e seis civis afegãos morreram em um ataque suicida reivindicado pelos talibãs em um mercado de Kunduz, região relativamente a salvo da violência.

O atentado de Gardez ocorreu pouco mais de 24 horas depois de combates registrados nesta província entre os rebeldes e a coalizão que custaram a vida de 67 talibãs, segundo o Exército afegão, que afirmou ter recolhido os corpos no local.

Na província vizinha de Ghazni, os corpos de 30 insurgentes foram encontrados após uma operação conjunta da Isaf e das forças de segurança afegãs, disse o chefe das forças afegãs, Alishah Ahmadzai. Estes registros não foram confirmados por fontes independentes.

Pelo menos 11 rebeldes foram detidos e 18 ficaram feridos no distrito de Qarabagh, segundo a mesma fonte. A Isaf se limitou a informar que "um grande número de combatentes talibãs" morreram no sábado nessa operação, da qual também participou a aviação aliada.

Em um comunicado, a Isaf assegurou ter "matado ou expulsado do povoado mais de 100 combatentes inimigos" nestes últimos dois dias na zona de comando oriental, que inclui as províncias de Paktia e Ghazni. A Isaf disse que matou vários líderes talibãs em uma "operação cirúrgica" em uma região não indicada do sul do Afeganistão.

No sul do país também houve um aumento da violência nos últimos dias. Três atentados cometidos na quinta-feira em Kandahar, ex-bastião talibã, deixaram nove mortos e feriram o ministro da Informação afegão. Os talibãs reivindicaram estes ataques, um deles suicida, cometidos para vingar a morte de seu comandante no sul do país, o mulá Dadullah, no dia 11 de maio.