De um lado, o sufoco do Santo André – 15º, 18 pontos, colado à linha divisória do rebaixamento. De outro, a luta do São Caetano – quinto, 31 pontos, rumo a uma das vagas à Copa do Brasil. Enfim, o clássico do Anacleto Campanella, às 18h10 deste domingo, prevê objetivos bem definidos aos dois rivais do Grande ABC. Independentemente das circunstâncias, há uma única certeza: a rivalidade que sempre caracterizou os duelos entre ambos.

Mas, como integrantes do grupo de elite no Campeonato Paulista, houve apenas dois confrontos (um 0 a 0, em 2004, no Anacleto), além de um placar favorável ao Azulão (1 a 0, em 2005, no Bruno Daniel, gol de Marcinho). Agora, o Ramalhão encara um interessante tira-teima. Historicamente, foram cinco vitórias do São Caetano, três do Santo André e três igualdades.

O técnico Luiz Carlos Ferreira procura transferir a responsabilidade ao São Caetano e antecipa os atalhos para uma eventual surpresa num duelo decisivo na fuga contra o descenso no Estadual. "Às vezes, você precisa reconhecer a força do teu adversário. É o caso do São Caetano, um dos principais times do futebol brasileiro. Nem seria necessário falar do Nelsinho (Baptista), um treinador de padrão internacional. Digo mais: se a gente segurar um empate, ótimo. Não dá para colocar em dúvida o favoritismo deles", assume.

Mais do que nunca, Ferreira sabe que o futuro do Santo André no Paulistão depende, é claro, de a equipe não tropeçar logo no pior inimigo. Apesar de tudo, ele não admite a idéia de atacar desordenadamente. "Se a gente entrar em desespero, aí é que eles nos pegam. Vamos na rota do equilíbrio", sugere.

No São Caetano, ninguém pensa em facilitar o resultado. Muito pelo contrário. Nelsinho Baptista traçou o alvo para as duas últimas rodadas do Estadual. "Primeiramente, iremos atrás de uma vaga na Copa do Brasil", diz. Nem a perspectiva de empurrar o Santo André à Segundona parece realimentar o ego dos personagens do São Caetano. "Não importa em que situação eles estejam. Não é problema nosso. Carregamos uma grande responsabilidade grande. Afinal, podemos alcançar a nossa vaga na Copa do Brasil", reafirma Nelsinho.

No elenco, todos assimilaram o discurso do chefe. Marcelinho, liberado pelo departamento médico, já sente pela primeira vez a pressão de disputar o clássico. "Os torcedores vieram falar comigo. Pediram a vitória, algo muito importante para eles, principalmente pela situação do Santo André", conclui. Aqueles que ainda não compraram ingressos poderão adquiri-los domingo no Anacleto Campanella. O site www.abcdoesporte.com transmite ao vivo.