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Tudo velho, de novo

As lideranças políticas mais entusiasmadas com o presidente Lula já estão em movimento: o ex-presidente Fernando Collor

Por Carlos Brickmann
06/05/2009 | 00:00
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As lideranças políticas mais entusiasmadas com o presidente Lula já estão em movimento: o ex-presidente Fernando Collor, do PTB de Alagoas, que sofreu impeachment, deu entrevista garantindo que uma emenda constitucional permitindo mais uma reeleição de Lula será aprovada pelo Congresso "até entusiasticamente". Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, cassado pelo Mensalão, deu apoio imediato. E ativistas já pedem, via internet, apoio para o terceiro mandato. O motivo da movimentação é simples: entre os políticos governistas, só Lula tem condições eleitorais de disputar uma eleição presidencial com amplas probabilidades de vitória. Se a lei não permite a candidatura, então mude-se a lei. Esta coluna, desde 2 de março de 2007, vem martelando no tema da segunda reeleição. O ex-governador Cláudio Lembo (DEM), escreve que muita gente está convencida de que Lula não será candidato; "nas entrelinhas, porém, o bom leitor encontrará traços de uma permanência de Lula na Presidência da República". Talvez nem seja essa a vontade do próprio Lula, mas a equipe incrustada na máquina pública aceita tudo, menos perder o prestígio e os bons empregos. E pode ter certeza de que nem Collor nem Jefferson pulam em piscina vazia.

 Bastidores

ITAMAR NO SENADO

O ex-presidente Itamar Franco informou ao colunista Aziz Ahmed, do Jornal do Commercio, do Rio, que será candidato ao Senado. Já foi presidente da República, já foi governador, não se sentiria bem como candidato a vice-presidente.

OLHA O DELÚBIO!

Está marcada para amanhã, no Supremo, a decisão sobre o arquivamento ou não das ações penais contra Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PT. Delúbio está indiciado por gestão fraudulenta. E, depois de amanhã, o Diretório Nacional do PT se reúne para decidir se Delúbio, que foi expulso, pode voltar ao partido.

AHMADINEJAD, POR QUÊ?

A história de que o presidente Mohamed Ahmadinejad cancelou a visita ao Brasil por causa da eleição iraniana é meio esquisita: a eleição está marcada há anos. Também é difícil acreditar que ele se irritou porque o Brasil não ficou a seu lado: primeiro, porque o ministro Édson Santos e a imensa comitiva brasileira, de 130 pessoas (!), ficaram quietinhos quando os europeus se retiraram da Conferência contra o Racismo, em protesto contra seu discurso; segundo, porque nesse caso teria ido ao Equador e Venezuela, seus aliados incondicionais, cancelando só o Brasil. Há duas probabilidades mais fortes: uma crise interna (em que o líder de fato do país, aiatolá Ali Khamenei, resolvesse enfraquecê-lo), ou externa (o que explicaria sua visita urgente à Síria). Talvez informações de que seria iminente um ataque às usinas em que o Irã prepara sua bomba atômica.

RIGOROSO INQUÉRITO

Sabe quem investiga Agaciel Maia e João Zoghbi, os dois ex-diretores-gerais do Senado que viviam numa boa? A Polícia Legislativa, a pedido do presidente do Senado, José Sarney. O diretor da Polícia Legislativa foi indicado por Agaciel. E Sarney, padrinho de todos, é o senador que melhor sabe quem é quem.

A VIDA CONTINUA

Agaciel e João Zoghbi, ambos flagrados em situações complicadas (uma bela mansão não declarada, a cessão do apartamento funcional para o filho), foram afastados, mas continuam no Senado. E quem é besta de demiti-los, sabendo o que sabem? Os dois estão no Instituto de Técnica Legislativa.

MINISTRO EM FESTA

Lembra daquela norma do Governo Federal, que proíbe oferecer a ministros presentes de mais de R$ 100? Pois é: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, aparece na Ilha de Caras, com a esposa. Ali só se entra a convite; e não há hotel daquele nível, com tudo incluído, que cobre só R$ 100 de diária. Mas não faz mal: a Comissão de Ética do Governo não publicou até hoje nenhuma ata de 2009.




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