A coordenação da campanha do PSDB ao governo do Estado não pretende simpatizar a imagem do candidato José Serra nas eleições. Reconhecidamente de temperamento difícil e avesso a entrevistas – postura diametralmente contrária à adotada pelo presidenciável Geraldo Alckmin –, o ‘jeito Serra de ser’ será mantido na campanha. "Nós não vamos mudar o Serra. Se mudar, aí sim você criaria duas caras para uma pessoa e, portanto, uma imagem falsa. Você não tem de votar em um candidato porque ele é simpático", diz Admir Ferro, secretário especial de Coordenação de Ações Voltadas à Comunidade da Prefeitura de São Bernardo,

Ferro deixa o cargo no início de agosto para ajudar na coordenação das campanhas tucanas. "Eles não são tão diferentes e têm muitos pontos em comum, como a ética e a competência. Mas se um sorri mais que o outro é insignificante para nós."

De malas prontas para o 4º andar do edifício comercial localizado na rua Genebra, no Centro de São Paulo – onde funcionou o diretório municipal do PSDB e o comitê de Serra na campanha à Prefeitura – Ferro dividirá a missão com três tucanos: Cláudio Demambro, presidente do PSDB de São Caetano; Claudio Bueno, de Itapecerica da Serra, e Silvério José Pelizário Pinto, de Francisco Morato. O Grande ABC deverá ter pelo menos um comitê suprapartidário.

O objetivo, com isso, será também, sempre que possível, unificar as agendas dos tucanos, assim como feito nas duas vezes em que estiveram na região, visitando São Caetano, Santo André e Diadema. "Vamos tentar encaixar o Alckmin, quando estiver em São Paulo, na agenda do Serra", conta.

"Vamos coordenar também as agendas do Guilherme Afif Domingos (candidato ao Senado da coligação), da Lu Alckmin (mulher de Alckmin), da Mônica Serra (mulher de Serra) e de Alberto Goldman (vice na chapa de Serra), que também farão campanha", explica.

Apesar de o PT já ter divulgado os jingles das campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e de Aloizio Mercadante, Ferro não acha que os tucanos estejam atrás em termos de organização e estrutura. "Isso mostra que o Lula é candidato há três anos, desde quando tomou posse. Eles têm de estar na frente mesmo", ataca. "Primeiro precisava ter o candidato, porque cada um tem um perfil. Nós não estamos atrasados, o PT é que está adiantado". Mesmo assim, o PSDB ainda não conta com um comitê central de Serra e nem com as músicas de campanha. Nem mesmo o contrato com o marqueteiro Luiz Gonzales foi assinado ainda.