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Cliente foge de passagem da Varig
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
13/06/2006 | 08:23
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Antes mesmo de a Justiça definir o futuro da Varig, para grande parte dos consumidores a tradicional companhia aérea já faliu. Embora agências de viagem do Grande ABC ainda ofereçam rotas da empresa riograndense, clientes começam a migrar para as concorrentes TAM, Gol, BRA e Ocean Air – nos destinos domésticos – ou buscar trechos operados por companhias estrangeiras, no caso de viagens internacionais.

Segundo o proprietário da Numatur Viagens, de Santo André, Paulo Freitas, são raros os clientes que entram na agência à procura de passagens da Varig. “Não estamos direcionando as vendas para esta ou aquela companhia aérea. Pelo contrário. Enquanto não tivermos um posicionamento oficial da Varig em relação aos rumos da empresa, vamos manter a rotina”, diz Freitas. “No entanto, a demanda por rotas da Varig está próxima a zero, o que naturalmente aumenta o interesse pela demais companhias e comprova que as pessoas não estão dispostas a correr risco de ficar na mão”, completa.

O proprietário da agência de viagens JVS, de São Caetano, Manuel Nogueira, confirma que os clientes começam a se conformar com a provável falência da companhia. “Os interessados em viagens da Varig geralmente são aqueles que têm milhagem (sistema de bônus) acumulada. Hoje (ontem), por exemplo, vendi apenas duas passagens Varig para Frankfurt (Alemanha) porque os clientes fizeram questão de ser por empresa brasileira. Mas isso não é comum. Estamos alertando a todos para os perigos, porém, a decisão final é sempre do cliente”, diz Nogueira.

O temor quanto ao futuro da Varig não se limita a consumidores. A agência de viagens Numatur tem pedido para que os clientes que optem pela Varig assinem um termo de responsabilidade, que isenta a agência de ressarcimento de pacotes caso o vôo vendido seja cancelado.

“Deixamos claro para os nossos clientes que sempre há riscos de contratempos quando a empresa está à beira da falência. Como não podemos responder pela companhia aérea, fazemos um documento para os consumidores que optam pela Varig não nos cobrem depois”, explica o proprietário da Numatur, Paulo Freitas.

Cancelamentos – Todo temor em relação à Varig se justifica. Ontem, a companhia suspendeu 16 rotas comerciais (ver tabela acima). Apesar dos cancelamentos, a empresa mantém 160 vôos domésticos e internacionais diariamente.

No fim de semana, a Varig já havia cancelado outros vôos internacionais – todos partiram de São Paulo com destino a Miami (EUA), Lisboa (Portugal), Cidade do México e Santiago (Chile).

Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Aérea), todos os cliente que tiverem problemas com passagens ou milhagem devem procurar o órgão regulador para formalizar uma reclamação ou procurar um órgão de defesa do consumidor.

Comunicado – Em nota oficial, a companhia confirmou os cancelamentos, mas procurou dar um ar de “normalidade” às operações suspensas. No comunicado, a empresa atribuiu os cortes à “necessidade de manutenção de aeronaves e também às más condições climáticas nos aeroportos de Foz do Iguaçu, Florianópolis e Salvador, onde forte chuva interrompeu a operação de todas as companhias aéreas”.



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