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85% vendem álcool a menores
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
10/10/2006 | 23:29
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Oitenta e cinco por cento dos estabelecimentos de Diadema vendem bebida alcoólica para menores de 18 anos sem nenhuma restrição. A estatística foi divulgada terça-feira, junto com resultados do plano de segurança da Prefeitura.

O número surpreendente foi descoberto após uma pesquisa inédita no Brasil realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) entre 2005 e 2006. Foram visitados 500 estabelecimentos em Diadema, entre bares, padarias, supermercados e postos de gasolina e outros pontos.

A metodologia da pesquisa consistiu em oito adolescentes com idade entre 14 e 17 anos divididos em grupos sob a supervisão de um adulto. Os jovens entravam nos locais e compravam uma bebida para levar. “Nada era consumido na hora. Assim, nos bares a principal compra foi cerveja em lata, mas nos supermercados, até pinga foi adquirida sem problemas”, conta um dos coordenadores da pesquisa, o especialista em dependência química Sérgio Duailibi. Essas bebidas eram entegues para o supervisor.

Os menores eram orientados a responder que a bebida era para consumo próprio caso houvesse algum questionamento dos estabelecimentos, assim como apresentar documentos quando solicitados. Apenas 9% dos locais pediram identificação e não venderam o produto.

Outros 6% nem chegaram a pedir a identificação para negar a compra. “Isso aconteceu porque não participou nenhum jovem com uma aparência mais adulta”, explica Sérgio Duailibi.

O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe a venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos e prevê multa e a cassação do alvará.

Segundo Duailibi, esse número deve se repetir em todo o país. “O objetivo agora é fazer uma campanha de informação para a população e aumentar a fiscalização”.

A Secretária de Defesa Social de Diadema, Regina Miki, afirmou que a pretensão é que esse estudo seja levado a âmbito nacional. “Vamos buscar uma mudança na lei e na fiscalização”, afirma. “Afinal, os resultados gerais do plano de segurança são muito bons.”

O número anual de homicídios em Diadema caiu de 374, em 1999, para 103, em 2005. A expectavita é que em 2006 fique abaixo dos 80.

Os fatores fundamentais apontados pela secretária para atingir esses números foram os programas sociais, a acão conjunta da polícia militar, civil e da Guarda e a lei municipal que limita o funcionamento de bares até às 23h.




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