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Esteatoses do fígado

A esteatose hepática é uma infiltração gordurosa no fígado que se observa na ultrassonografia e a função bioquímica do fígado está normal

Leo Kahn
20/08/2009 | 00:00
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A esteatose hepática é uma infiltração gordurosa no fígado que se observa na ultrassonografia e a função bioquímica do fígado está normal, ou seja, os níveis bioquímicos das transaminases estão normais e não ocorre progressão para cirrose.
Já na HCG (Hepatite Crônica Gordurosa), além da infiltração gordurosa do fígado observada no ultrassom, tem o aumento dos níveis bioquímicos das transaminases, ocorrendo em significativa parte dos pacientes a evolução para cirrose hepática.
A HCG é dividida em alcoólica e não alcoólica. É bom lembrar aos que abusam do álcool, que o consumo exagerado do mesmo pode provocar cirrose hepática, definida como uma das etapas finais da falência do fígado.
Essa doença nada mais é do que um processo inflamatório crônico do fígado, ocasionado por deposição de gordura, que pode ser chamado de hepatite crônica gordurosa.
Cerca de 3% da população mundial é portadora e aproximadamente 180 milhões de pessoas, nos Estados Unidos, onde mais de 15% da população em geral é obesa, e 2,5% da população em geral tem obesidade mórbida, a hepatite crônica gordurosa não alcoólica acomete de 7% a 9% dos americanos.
No Brasil temos significativa parte da população obesa e diabética, e devemos realmente começar a ficar preocupados, uma grande parte desses pacientes é de adultos jovens e, por um simples erro alimentar ou de metabolismo, desenvolve a doença.
Descoberta no fim da década de 1970, a HCG não alcoólica teria como causas primárias do problema a obesidade, a dislipidemia (altas taxas de gordura no sangue), diabetes tipo 2, a perda rápida de peso, e o processo de desnutrição severa; como causas secundárias a cirurgia (bypass jejuno-ileal) para emagrecimento (tratamento de obesidade mórbida), exposição crônica a produtos químicos e o uso de drogas como o corticóide e estrógeno sintético.
Se a doença não for diagnosticada em tempo, tratada ou controlada, 8% a 26 % dos pacientes portadores irão evoluir para cirrose hepática.
Como já descrito, grande parte dos pacientes com hepatite crônica gordurosa não alcoólica não apresenta qualquer sintoma da doença, geralmente é diagnosticada quando o paciente realiza exame clínico e laboratorial de rotina.
Ao exame clínico cerca de 70% a 90% dos pacientes apresentam fígado aumentado, sendo este considerado o dado clínico mais frequente. Nos exames laboratoriais de sangue, todos os pacientes apresentam provas de função hepática elevadas. Uma grande parte dos indivíduos apresenta dislipidemia, principalmente em decorrência do aumento do colesterol total, lipídios e das triglicérides.
O exame ultrassonográfico apenas informa o grau de acumulação de gordura no fígado e em hipótese nenhuma serve de parâmetro para o diagnóstico de hepatite crônica gordurosa não alcoólica.
Como o diagnóstico da hepatite crônica gordurosa não alcoólica só é confirmado após a exclusão de outras causas determinantes, é necessário procurar um especialista.

SAIBA MAIS
terça-feiraReconhecer em você algum fator de risco para desenvolver hepatite crônica gordurosa não alcoólica. Entre os portadores dessa nova doença, mais de 70% são obesos, mais de 75% são diabéticos e 20% a 80% dos pacientes têm aumento dos lipídios, colesterol total, triglicérides.
Nem todos obesos têm altas taxas de gordura no sangue ou é diabético e vai desenvolver a doença, pois vários estudos sugerem que o desenvolvimento dessa doença estaria relacionado a problemas genéticos.
Hepatite gordurosa não alcoólica acomete crianças acima dos 10 anos, como também adultos na faixa etária entre 20 e 60 anos.
O sexo feminino é o mais comprometido (60% a 80%) e mulheres diabéticas com idade superior a 50 anos teriam um maior risco de desenvolver tal doença.
Alguns pacientes queixam-se de um leve desconforto (sensação de peso) no lado direito do abdome, geralmente abaixo das costelas.
Estudos epidemiológicos definiram que os pacientes com maior risco para progressão da doença são: maiores que 45 anos, obesos e diabéticos.
Uso de medicações, entre elas amiodarona, nifedipina, tamofixeno, cloroquina, corticosteróides e estrógenos.
Cirurgias abdominais, como derivação biliodigestiva, gastroplastia ou bypass jejuno-ileal e ressecção extensa do intestino delgado.
Exposição crônica a produtos químicos.
Deve ser dada grande atenção em relação a história de ingestão alcoólica. Primeiro, porque a esteatose e esteato-hepatites causadas pelo álcool são muito semelhantes, segundo porque não se sabe qual a dose tóxica de álcool em uma pessoa com esteatose, e terceiro porque a presença de mais de uma causa para hepatite acelera e intensifica a doença de modo exponencial, geralmente considera-se que um consumo inferior a 20 gramas de álcool por semana seria seguro.




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