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Grupo da região visita termelétrica inglesa
Antonio Rogério Cazzali
Enviado a Londres
19/05/2001 | 15:46
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No início deste mês, uma comitiva das prefeituras de Santo André e de Mauá, incluindo ambientalistas e integrantes das empresas Petroquímica União (PQU), Rolls-Royce Power Ventures e da Siemens, visitaram termelétricas em Londres e em Derby, distante cerca de 250 km da capital londrina. O objetivo da viagem foi conhecer o funcionamento dessas usinas visando a aprovação ambiental do projeto Capuava Cogeração, que terá a coordenação da Rolls-Royce Power Ventures.

O projeto prevê a instalação de uma usina termelétrica na área da Petroquímica União, situada na divisa entre São André e Mauá, com capacidade para gerar 500 toneladas de vapor – insumo que será totalmente utilizado na produção da PQU – além de mais 240 MW de energia elétrica que deverão ser comercializados pela Rolls-Royce entre as empresas do Grande ABC. Para se ter uma idéia, 240 MW de energia são suficientes para suprir uma cidade com cerca de 600 mil habitantes.

Em Derby, o grupo visitou uma termelétrica da Rolls–Royce com capacidade para gerar 63 MW de energia elétrica, além de 60 toneladas/hora de vapor. Um detalhe é que no exato dia da visita, um problema no compressor de gás paralisou as atividades da termelétrica, e a comitiva não pôde verificar o seu funcionamento. Segundo informações do gerente de Operações da planta, Peter Matreat, paralisações dessa natureza são muito raras.

Com esse contratempo, o grupo obteve informações básicas sobre a termelétrica de Derby, que foi montada em um ano em área de 250 m² e cujas características são especialmente indicadas para lugares muito congestionados, embora Derby seja uma cidade pequena, com 200 mil habitantes e muitas áreas verdes. Há apenas três empresas de porte na cidade: A Rolls Royce, com 13 mil trabalhadores; a Toyota, com 3 mil funcionários; e a Bombardier, com mil empregados. Trabalham na operação da termelétrica de Derby cerca de 20 pessoas.

Para alimentar esta usina são tratados cerca de 27 mil litros de água/hora e, dos 63 MW de energia elétrica gerados, apenas 13 MW são usados pela fábrica da Rolls-Royce. Os outros 50 MW restantes são colocados no leilão diário para o fornecimento de energia elétrica que existe na Inglaterra. Participam dessa concorrência cerca de 15 empresas, sendo que a companhia que vence o leilão ganha o direito de vender sua energia elétrica para várias regiões do país no dia seguinte. Segundo Matreat, a usina de Derby não tem problemas para a obtenção da água utilizada no processo, uma vez que a Inglaterra é um país com água em abundância.

Como afirmou o professor Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e assessor técnico da Câmara de Vereadores de Santo André, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do projeto Capuava Cogeração, apresentado pela Rolls-Royce à Secretaria de Estadual de Meio Ambiente, aponta que a entrada em funcionamento da termelétrica demandará mais 90 toneladas/hora de água. Há informações de que a PQU, aproveitando a concessão dos dutos da Petrobrás, deverá trazer, em tubulação paralela, esta água do Rio Paraíba.




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