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Fiat prepara plano ‘utilitário’ para superar dificuldades
Por Da AFP
24/06/2003 | 11:04
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O grupo automobilístico e industrial italiano Fiat, que atravessa sérias dificuldades, espera recuperar a serenidade com um novo plano "utilitário" que será divulgado quinta-feira.

Desde fevereiro passado, o administrador delegado Giuseppe Morchio prepara um programa industrial, segundo as linhas indicadas pelo presidente dos acionistas, Umberto Agnelli, que leve em conta principalmente o setor automóvel e a mecânica.

Agnelli, que em abril anunciou discretamente que o grupo voltaria a se concentrar no setor automóvel, não quis dar mais explicações sobre a novo plano do poderoso grupo italiano.

O chefe do Governo, Silvio Berlusconi, foi informado do novo plano, que qualificou de "importante esforço" com "menos reduções de empregos do que se esperava".

Segundo a imprensa italiana, entre 8 mil e 12 mil empregos serão suprimidos, principalmente no exterior, já que os dois planos anteriores afetaram as fábricas italianas, deixando um sabor amargo para o movimento sindical. Uma das filiais estrangeiras mais afetadas pelo plano será a americana CNH Global, especializada em maquinaria agrícola, com 4 mil empregos cortados.

Para o jornal Il Corriere della Sera, a Fiat anunciará de qualquer modo a supressão na Itália de cerca de mil empregos, principalmente executivos de colarinho branco, muitos deles das fábricas Magneti Morelli e Comau.

Giancarlo Boschetti, o máximo dirigente da Fiat Auto, ou seja, do setor automóvel, aparentemente se aposentará, assim como o diretor da divisão caminhões Iveco, Michel de Lambert, segundo o jornal. A saída de altos executivos coincide com a reorganização interna da estrutura.

Morchio quer dedicar mais recursos à pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de reativar as três marcas da Fiat Auto - Fiat, Lancia e Alfa Romeo -, cujos últimos dados de matrículas são preocupantes na competição européia.

A Fiat Auto registrou na Itália, seu principal mercado, uma parte inferior a 30% contra uma média de 30,22% em 2002 e 34,61% em 2001. O grupo espera lançar novos modelos, como a versão modernizada do Fiat Ponto e o novo pequeno Lancia Ypsilon. Pelo menos 20 novos modelos devem ser lançados até 2006.

O grupo deverá também receber dinheiro pela cessão da Fiat Avio (aviões) ao americano The Carlyle Group e à italiana Finmeccanica, após a venda por cerca de 1,6 bilhão de euros.




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