A Polícia Federal anunciou nesta quarta-feira que entrou nas investigações sobre os assassinatos dos moradores de rua em São Paulo. Entre 19 e 22 de agosto, seis mendigos foram mortos a pancadas na cabeça no centro da cidade. Por determinação do diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, foi oferecida à Polícia Civil paulista ajuda do serviço secreto da instituição.

O pedido para que a Polícia Federal acompanhasse o caso havia sido feito na segunda-feira pelo secretário municipal da Segurança Urbana, Benedito Mariano, ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Mariano acusou os policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) de induzirem e distorcerem os depoimentos de sobreviventes, para que eles apontassem homens da GCM (Guarda Civil Metropolitana) como responsáveis pelo crime.

O presidente da Comissão Externa da Câmara dos Deputados, Orlando Fantazzini (PT-SP), reúne-se com Mariano, nesta quarta-feira, para discutir o caso.

Até agora, cerca de 40 pessoas foram ouvidas nas investigações. Na terça-feira, um ex-integrante de um grupo de intolerância prestou depoimento. Segundo o promotor responsável pelo caso, Carlos Roberto Marangoni Talarico, as informações dadas pelo depoente devem ajudar nas investigações. Ele negou conhecimento sobre a autoria dos seis assassinatos na capital.