Os moscovitas prestaram uma última homenagem nesta terça-feira à jornalista de oposição Anna Politkovskaia, que será enterrada em um cemitério da capital três dias depois de seu assassinato, enquanto seguem as manifestações de solidariedade e indignação no mundo inteiro.

Centenas de pessoas - jornalistas, defensores dos direitos humanos e simples cidadãos - deixaram flores diante do caixão da jornalista assassinada no sábado e na entrada de seu edifício.

Anna Politkovskaia, morta aos 48 anos, será enterrada no cemitério Troiekurovskoe, oeste de Moscou. Também estão previstas cerimônias em sua homenagem em São Petersburgo, Ekaterinburgo, nos Urais, e em Kiev.

Várias mensagens de condolências chegaram à redação do jornal bissemanal de oposição Novaia Gazeta, para o qual ela trabalhava desde 1999.

Antes do funeral, a União Russa de Jornalistas pediu em uma carta aberta que o presidente Vladimir Putin se envolva pessoalmente na investigação para encontrar e levar à Justiça os criminosos que arquitetaram e praticaram esse crime.

"Queremos estar seguros de que você, como garantia de nossos direitos constitucionais e de nossa liberdade, assuma pessoalmente o controle da investigação desse crime monstruoso", afirma o texto da União Russa de Jornalistas.

Não foi possível obter informações do Kremlin, um dos alvos dos artigos de Politkovskaia, assim como as autoridades chechenas pró-russas, para saber quem representaria o governo russo no enterro. A assessoria de imprensa do primeiro-ministro checheno pró-russo, Ramzan Kadyrov, se negou a fazer comentários.

Na Rússia, várias organizações não governamentais, incluindo o Comitê das Mães de Beslan, enviaram mensagens de condolências à família da jornalista.