De forma surpreendente o Santo André teve ontem mudança em sua diretoria de futebol. Juraci Catarino desligou-se do clube (está na mira do Barueri) e Luiz Antônio Ruas Capella, que até a semana passada dirigia o Centro de Formação e Treinamento da base do Ramalhão no Estância Santa Luzia, assume o cargo.

O anúncio foi feito no início da noite pelo presidente da Gestão Empresarial, Ronan Maria Pinto, que exaltou o comprometimento com o qual Capella, mesmo que de surpresa, assumiu a briga. "Foi um ato de lealdade da parte dele vir para esse desafio. A gente nunca pode exigir que as pessoas sejam fiéis, mas podemos querer lealdade. E o Capella está sendo leal por aceitar essa nossa proposta mesmo nas condições de Série C e A-2", declarou o presidente.

O diretor de futebol mostrou-se motivado para assumir a função. "Estou muito satisfeito. É um desafio, mas ao mesmo tempo não é, porque é muito fácil trabalhar com o presidente. Aprendi a gostar do Santo André, sofri junto nos rebaixamentos, mas agora a ideia é deixá-lo mais forte e levá-lo para seu lugar, que é a Série A do Campeonato Brasileiro e do Paulista", comentou Capella.

A trajetória do dirigente no futebol começou em 2000, como subdiretor da base do Santos. Em 2003, foi convidado pelo então presidente Marcelo Teixeira para assumir a diretoria do futebol amador e, dois anos depois, a dirigência do profissional. Em 2008, teve como incumbência a gerência de futebol do Peixe, antes de seguir ao Santa Cruz como diretor de futebol. Seis meses depois, voltou ao Alvinegro praiano, de onde saiu em 2009, no fim da gestão Teixeira.

Dirigente aponta valores na base

Luiz Antonio Ruas Capella chegou ao Santo André em agosto de 2010 para dirigir as categorias de base do clube. Oito meses depois, ele assumiu o comando do time profissional. Mas a experiência com os jovens tende a trazer resultados positivos ao Ramalhão.

Um dos responsáveis pelo sucesso da dupla Diego e Robinho no Santos em 2002, Capella exalta a qualidade dos atletas da base do Santo André. "Não tem Diego e Robinho, mas bons jogadores, com futuro", explicou o diretor de futebol, que tem na ponta da língua o motivo para a grande utilização de atletas formados no clube nesta Série C. "É um campeonato deficitário e não há outra saída para o Santo André respirar."

No último contato com o técnico Sandro Gaúcho, há duas semanas, ele teve respaldo positivo sobre as revelações. "Ele demonstrou vontade em trabalhar com os jovens. Um clube não pode abrir mão desses atletas", concluiu.