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Entidades de apoio às MPEs aprovam mudança no BNDES
Hugo Cilo
Do Diário Do Grande ABC
23/11/2004 | 10:15
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A substituição de Carlos Lessa por Guido Mantega na direção do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) repercutiu de forma positiva no Grande ABC. Representantes de organizações de apoio a micro e pequenas empresas da região apostam que, com a nova gestão, haverá liberação maior de recursos na comparação aos dois anos de Carlos Lessa.

Lessa foi demitido em função de suas sucessivas e agressivas críticas à política econômica e a alguns de seus condutores, como o presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles.

A gerente da regional de São Bernardo do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Silvana Pompermayer, acredita que Mantega deve começar a administração com ações mais agressivas para recuperar parte do atraso que o setor acumula desde 2002. "Nossa visão é otimista, até porque o BNDES está mudando aos poucos, cada vez mais próximo das micro e pequenas empresas. A tendência é que a instituição se torne mais ativa. Percebemos um movimento neste sentido."

Repasse - O presidente da Abcred (Associação Brasileira de Dirigentes de Entidades Gestoras e Operadoras de Microcrédito), José Caetano Lavorato, também enxerga melhor futuro para micro e pequenas empresas nos próximos dois anos. "A gestão de Lessa foi desastrosa.

Tudo o que o governo queria fazer para incentivar os empreendimentos iniciantes era barrado na mão dele", diz, ao se referir à queda de 1,37% no volume de crédito liberado pelo banco às pequenas e médias empresas do Grande ABC no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2003. Os volumes desembolsados de janeiro a junho totalizaram R$ 40,89 milhões, contra R$ 41,45 milhões no ano passado.

Lavorato, no entanto, afirma que vai cobrar de Mantega logo após a posse o repasse mínimo de R$ 200 milhões nos próximos dois anos às micro e pequenas empresas do Grande ABC. "Nossa expectativa é que a modificação traga uma gestão mais afinada com a política do próprio governo. O microcrédito produtivo e orientado deve estar nas pautas prioritárias de Mantega, sem o crônico preconceito da ex-gestão."

Avaliação - A insatisfação de representantes de organizações de apoio às microempresas está baseada na política de repasses do BNDES. A maior parte dos financiamentos representa investimentos na renovação do parque industrial para grandes empresas da região. "Esse pensamento de favorecer os grandes e deixar de lado os que mais empregam no país só prejudicou a expansão do setor e ajudou a agravar a crise", acrescentou Lavorato. São consideradas micros e pequenas as corporações que têm faturamento bruto anual até R$ 1,2 milhão.

Para o coordenador do Posto Avançado do BNDES na Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, em Santo André, Roberto Anacleto dos Santos, a nova administração do BNDES deverá ter maior articulação para que os pequenos empreendimentos possam ter acesso ao crédito. "Desburocratizar o processo é essencial para o crescimento dos menores. Esse é o primeiro passo."




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