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'Ministério não será uma pasta da CUT', diz Marinho
Marcelo Moreira
Do Diário do Grande ABC
Com AE
17/07/2005 | 08:00
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O Ministério do Trabalho não será uma pasta da CUT e nem terá qualquer influência nos trabalhos da central. O recado de Luiz Marinho, o novo titular do ministério, foi dado na última sexta-feira, quando assumiu o posto no lugar do Ricardo Berzoini, que retoma sua cadeira de deputado federal pelo PT paulista.

Desde que assumiu a CUT era comentário corrente no Congresso Nacional e nos meios sindicais, mesmo que de forma discreta, que a proximidade de Marinho com o PT e o Palácio do Planalto ocupado por Luiz Inacio Lula da Silva poderia eventualmente se transformar em uma situação politicamente incômoda para o ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em outras palavras, havia o temor de que a central "oficializasse" seu alinhamento com o governo Lula, transformando-se em "chapa branca".

Não foi o que ocorreu. Luiz Marinho pressionou desde o primeiro instante como presidente da CUT por um aumento maior no valor do salário mínimo e foi um contumaz adversário da política de juros altos para conter a inflação - posições que incomodaram o Palácio do Planalto. Mesmo assim, os opositores nunca deixaram de lado a suposta postura chapa branca como arma.

"Não mudei de opinião sobre a questão da política de juros. A diferença agora é de não falarei mais em público sobre o assunto, mas sim dentro do governo. Sempre deixei claro que respeito o ministro da Fazenda, Antonio Palocci", afirmou o novo ministro do Trabalho em sua posse.

Ele tem agora entre seus maiores desafios a criação de uma política permanente de valorização do mínimo. Ele sugere antecipar o reajuste um mês a cada ano, em índices acima da inflação. Em 2006, o novo mínimo deve entrar em vigor em abril. "Uma das prioridades é conduzir um debate entre governo e sociedade, mais diretamente com o movimento sindical e empresarial, para a criação de uma política permanente de valorização do salário-mínimo. Evidente que tem de ser de forma harmoniosa com a Previdência, que este ano deve ter déficit de R$ 35 bilhões."

Marinho terá ainda outra batalha pela frente: desanuviar os ânimos entre aqueles que estão convictos de que o governo federal vai restringir os direitos trabalhistas. Em entrevista coletiva após a posse, o novo ministro reiterou que "não há proposta de tirar direitos de ninguém. A idéia é tornar a máquina mais eficiente. Se temos um sistema que permite evasão, é preciso mudá-lo, mesmo que isso exija investimentos".

Para ele, está clara a necessidade de haver uma ação comum entre Receita Federal e Previdência para evitar sonegação e ser eficiente na fiscalização. "O programa, que alguns chamam de choque de gestão, é a modernização administrativa."




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