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Moradora de S.Bernardo tenta reaver três filhas levadas para MG

Pai viajou com as crianças para passar férias em dezembro e agora se nega a devolvê-las

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
25/02/2021 | 07:00
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A autônoma Estefanie Custodia Ferreira dos Santos, 29 anos, moradora de São Bernardo, tenta desde janeiro que o pai de duas das suas cinco filhas devolva as três meninas, de 3, 8 e 11 anos, que estão com ele em Camanducaia, Minas Gerais, desde o início de dezembro. Estefanie relatou que morou com Daniel Amorim dos Santos, 33, por cinco anos e que, após a separação, em 2017, o ex-companheiro sempre visitava as filhas e o relacionamento entre eles era tranquilo. Mas, após sua mudança para Minas Gerais, ele acabou vendo menos as meninas e em 2020 eles se encontraram apenas duas vezes.

No fim do ano, Santos pediu que as meninas fossem para a casa dele passar as férias, com a promessa de que elas voltariam no fim de janeiro. Mas quando chegou a data em que elas deveriam regressar, o pai informou que não devolveria as crianças. Estefanie passou então a procurar ajuda, foi até a delegacia abrir um boletim de ocorrência, mas não conseguiu, e também não obteve auxílio no Fórum de São Bernardo.

Desesperada, a autônoma foi até Camanducaia – distante 149 quilômetros de São Bernardo – no dia 14 de fevereiro, e invadiu a casa do ex-marido para pegar as filhas, mas o conselho tutelar local e a PM (Polícia Militar) foram acionados e não deixaram que Estefanie voltasse com as filhas, nem com a mais velha, de 11 anos, que não é filha biológica de Santos. “Minhas filhas estão perdendo aula on-line, a pequena faz tratamento para lábio leporino e está perdendo as consultas, perdeu exame que estava marcado há seis meses”, relatou a mãe.

Estefanie alega que as crianças estão em situação de maus-tratos, que o ex-marido não tem condições financeiras de cuidar das meninas e agora está no município mineiro aguardando decisão da Justiça sobre a possibilidade de retornar com as filhas para São Bernardo. “Nunca houve impedimento para ele ver as filhas. O que deixou mais difícil foi ele ter ido morar em Minas, mas em momento nenhum ele conversou ou pediu para que as meninas ficassem mais próximas”, explicou. “Ele passou a me intimidar por causa do meu novo companheiro, que convive com as filhas dele e ele alega que é o pai e só pode ver as filhas como visita”, completou.

O conselho tutelar de Camanducaia informou que os casos acompanhados estão protegidos por sigilo, mas confirmou que está monitorando as crianças. Em nota, o conselho afirmou que o relatado pela mãe das crianças não corresponde à realidade, que o Conselho Tutelar de São Bernardo também tem ciência do caso e que os órgãos competentes locais já foram acionados e informados sobre os fatos, inclusive o Ministério Publico daquela comarca. “Os demais procedimentos serão feitos judicialmente”, completou a nota.

Já o Conselho Tutelar de São Bernardo informou que agendou atendimento com a mãe nesta semana e que já solicitou ao Conselho Tutelar de Camanducaia esclarecimentos referentes à situação das garotas naquele município. O pai das crianças não atendeu às ligações nem retornou os contatos do Diário.




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