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Cuba considera Alca consolidação dos EUA na América Latina
Por Das Agências
16/04/2001 | 11:47
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O governo comunista de Cuba vê na Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que 34 países da região negociam, um mecanismo que servirá para que os Estados Unidos absorvam a América Latina. Por isso o país não se sente ofendido por ser o único excluído do que será um mercado de 800 milhões de pessoas.

O presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, afirmou que a política norte-americana pretende "submeter" as nações da América Latina a um projeto de integração econômica.

A exclusão do governo de Fidel Castro se deve ao fato de que os Estados Unidos, principal impulsor da Alca, consideram que na ilha não há democracia e que os direitos humanos não são respeitados. Esses são os mesmos argumentos pelos quais o país está fora da Organização dos Estados Americanos (OEA) desde 1962.

O governo cubano apresenta essa exclusão como exemplo de sua independência, mesma postura que adota em relação ao fato de também estar fora de organismos financeiros internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A prioridade do governo cubano é desenvolver a indústria para ter o que pôr nesses mercados, através da aliança com capitais estrangeiros em setores como o de petróleo (exploração e extração), minério, comunicações, turismo e biotecnologia.

Depois da queda do Muro de Berlim, quando ficou sem seus sócios comunistas, Cuba começou uma cautelosa reforma econômica que a levou a se abrir para os investimentos estrangeiros, fomentar o turismo, permitir que a população compre dólares e o trabalho privado.

Castro já alertou sobre as supostas intenções dos Estados Unidos de fazer com que o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) fracasse "e que por isso tenta acelerar acordos com a América Latina".

Porém, para a economista dissidente Martha Beatriz Roque, "Cuba precisa se inserir nos diferentes grupos regionais e internacionais. Se não se adaptar à situação econômica internacional o país será incapaz de conseguir mercados e convênios favoráveis".

Além de estar excluída da Alca e da OEA, Cuba é objeto de um embargo econômico dos Estados Unidos, que em 38 anos já provocou danos econômicos de US$ 80 bilhões, segundo estimativas de Havana.




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