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Setor de refeições coletivas deve crescer até 40% no ano
Por Márcia Pinna Raspanti
Do Diário do Grande ABC
21/10/2004 | 09:30
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As empresas do segmento de refeições coletivas do Grande ABC registraram aumento de produção em 2004 e as perspectivas até o final do ano são bastante otimistas. Na região, existem sete empresas de médio e grande porte que fornecem serviços de refeições prontas e preparam os alimentos nas instalações do cliente, de acordo com a Aberc (Associação Brasileira de Refeições Coletivas).

A De Nadai Alimentação, de Santo André, apresentou crescimento de 30% até setembro em relação ao ano passado e espera alcançar, até o final do ano, 40% de incremento. "Temos percebido aumento do número de clientes que estão contratando mais (refeições), principalmente nas indústrias do setor automotivo", afirmou Marcos Oliveira dos Santos, diretor executivo da empresa.

A expansão dos negócios acompanhou uma ampliação no quadro de funcionários da De Nadai, que contratou 300 pessoas nos últimos seis meses. "Contratamos menos do que deveríamos, em função do mercado exigir grande competitividade", disse Santos. A empresa pretende começar a exportar nos próximos meses.

A De Nadai serve atualmente 220 mil refeições por dia, preparadas em 65 restaurantes de empresas do Grande ABC. Para Santos, a capacidade de produção desse tipo de serviço pode chegar a 1 milhão de refeições. No caso dos clientes que recebem os pratos prontos, feitos na cozinha central, a capacidade é de 120 mil refeições por dia. Atualmente, a empresa utiliza apenas 45% de sua planta.

Na Licata, de São Bernardo, as perspectivas de crescimento para 2004 chegam a 30%. "Em setembro e outubro, a procura pelos nossos serviços aumentou muito. Neste mês, já contratamos 12 pessoas", disse a proprietária da empresa, Marys Léia Rodrigues Marques. Atualmente, a Licata produz 900 refeições prontas e serve 5 mil pessoas em restaurantes de clientes.

Segundo a assistente de diretoria da Real Food, de Santo André, Nídia Junqueira, houve aquecimento significativo no mercado de refeições coletivas em 2004. "Já superamos a meta de crescimento prevista para este ano, que era de 20%. Quando o mercado em geral reage, o nosso setor reage também, a relação é clara", afirmou.

A Real Food tem filiais em Goiás, Rio de Janeiro e Brasília. No Grande ABC, a empresa prepara 45 mil refeições prontas por dia e produz alimentos em restaurantes de cerca de 40 empresas.

A Pack Food, de São Bernardo, começou a recuperar mercado no segundo semestre de 2004 e tem expectativas mais modestas. "No primeiro semestre, chegamos a demitir 20 pessoas. Neste mês, precisamos contratar oito funcionários, devido ao aumento de demanda", informou Lilian Rosa, diretora operacional da empresa. A Pack Food fornece por dia 3 mil refeições e 1,8 mil desjejuns prontos.

De acordo com Lilian, a principal dificuldade para o setor é o preço dos alimentos que servem de matéria-prima para as refeições. "Não posso mais fazer compras programadas por causa dos preços. Além dos alimentos, os produtos descartáveis não param de subir", disse. Mesmo com os problemas a empresa deve crescer entre 5% e 6% até dezembro.

As empresas exportadoras foram as que puxaram a reação da Pack Food. "Os clientes que exportam estão em boa situação, contrataram mais pessoal e, conseqüentemente, aumentaram a demanda por alimentação", disse Lilian. A empresa fornece refeições para indústrias, estabelecimentos comerciais e ligados à construção civil.

Segundo o presidente da Aberc, Antônio Guimarães, o impacto da melhoria do nível de empregos ainda é pequeno em vista das perdas do setor no ano passado. "A partir do final de 2002, os produtos alimentícios tiveram um aumento abrupto nos preços, o que prejudicou o nosso segmento. Neste ano, a situação começa a se normalizar", disse. De acordo com a Aberc, em todo o país, o setor fornece 4,9 milhões de refeições por dia, movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano e gera 150 mil empregos diretos, além de consumir 2,5 mil toneladas de alimentos.




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