Economia Titulo Produção
CNI aposta em
melhora da indústria

Presidente da confederação visitou o Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC na manhã da última sexta-feira

Por Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
12/05/2012 | 07:00
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Em visita ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na manhã de ontem, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson de Andrade, falou que a indústria deve voltar a se recuperar nos próximos meses. “Em janeiro, fevereiro, março e abril tivemos queda na produção e nas vendas de todos os produtos industrializados no Brasil. Mas as pesquisas da CNI, para os próximos meses, junto com o empresariado, mostra tendência de melhorias. Será rampa de subida para consumir os estoques”, estimou Andrade.

A última pesquisa divulgada pela confederação, em março, já trouxe resultados mais animadores. Na comparação com fevereiro, as horas trabalhadas na produção cresceram 0,4% e o faturamento do setor subiu 0,9%. Algumas medidas recentes, como o corte nos juros – a taxa Selic que, em agosto era de 12%, caiu para 9% ao ano, em abril – e o câmbio, que começa a ficar favorável frente ao real, são apontados como positivos para o desempenho do setor. Mas nem tudo está resolvido.

O presidente lembrou do alto nível de estoques, como a indústria automobilística  –segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) são 43 dias de estoque entre fábrica e revenda, o maior nível desde dezembro de 2008 – e que domina outros setores. O aumento da inadimplência, os juros elevados e o medo de perder o emprego fazem com que o consumidor fique mais cauteloso e consuma menos.

Andrade contou que o cenário internacional – Estados Unidos ainda se recuperando da crise e os países da Europa engatinhando para resolver o impasse de suas dívidas – respinga no ritmo econômico do País. “E infelizmente para a produção brasileira não é bom, temos dificuldade em colocar nossos produtos na Europa e até no Mercosul. A exportação para a Argentina, por exemplo, caiu mais de 30%”, contou. Além disso, ainda é necessário disputar com empresas estrangeiras para vender no próprio País, por conta dos preços mais baratos lá fora.

Andrade foi recebido pelo presidente do sindicato, Sérgio Nobre, e sua visita teve como foco o anteprojeto de Lei ACE, que tem como propósito fortalecer a representação sindical no local de trabalho. “Quando não há isso, a alternativa é recorrer à Justiça do trabalho e isso onera o Estado, a empresa e é ruim para o trabalhador, já que um processo leva de seis a oito anos para ser solucionado”, disse Nobre.

CONTRAMÃO- Andrade não falou sobre possíveis cortes de profissionais. “Pode haver demissões, mas espero que não cheguemos a este ponto”, comentou. Mas ontem, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, disse que o emprego de 30 mil trabalhadores das empresas de autopeças, o que representa 10,7% dos postos do setor no País, está ameaçado por conta do alto volume de estoques.

 




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