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Palocci desautoriza críticas feitas por secretário ao BC
14/01/2006 | 09:36
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Preocupado com os sinais de divisão na equipe econômica, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, emitiu nota oficial ontem em que “desautoriza e desaconselha” quaisquer manifestações públicas de sua equipe sobre temas fora da competência de cada um. A nota é uma resposta às declarações atribuídas ao secretário do Tesouro, Joaquim Levy, nas quais critica a atuação e a forma de comunicação do Banco Central com o mercado financeiro e explicita “um certo desconforto” com os juros elevados.

As declarações de Levy ao jornal “Valor Econômico” foram consideradas inoportunas e, mais uma vez, colocaram o secretário em situação de constrangimento. Ontem, voltaram os rumores de que Levy, de fato, está se preparando para sair do governo e teria aproveitado a oportunidade para marcar uma posição e reforçar sua opinião crítica em relação à diretoria do BC.

Em dezembro passado, Palocci e toda a assessoria do secretário foram surpreendidos com a notícia de que Levy teria aceito um cargo no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Na época, Levy confirmou o convite, mas disse que não o aceitaria. Na nota, o ministro Palocci afirma que “não há desconforto no ministério da Fazenda com relação à política de juros praticada pelo Banco Central”. Lembra que, por diversas vezes, tem manifestado publicamente “seu total apoio à política monetária”.

A última aconteceu esta semana, durante a solenidade em que o Brasil formalizou o pagamento da dívida de US$ 15,5 bilhões com o FMI, com a participação do diretor gerente do Fundo, Rodrigo de Rato. Na presença do presidente Lula, Palocci elogiou a condução do BC.

“O ministro Palocci desautoriza e desaconselha quaisquer manifestações públicas de membros de sua equipe sobre temas de fora da competência funcional dos órgãos que dirigem”, afirma a nota em tom mais duro do que o usual porque optou pelo verbo desautorizar para dar um “cala boca” na equipe e, particularmente, em Joaquim Levy. Palocci ficou irritado, segundo assessores, com as declarações de Levy que, indiretamente, revelam insatisfação da forma como o BC está se comunicando com o mercado. Por isso, a preocupação de incluir na nota que considera apropriada não só a política de juros, mas também a comunicação pública sobre a mesma.




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