Grupo responsável por fiscalizar entidade está há um ano sem comando após morte de dirigente
O conselho superior da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano), grupo interno responsável pela fiscalização da entidade, segue há um ano sem promover processo de escolha do substituto do então presidente, o ex-vereador Amaury Laselva, que morreu em junho do ano passado.
No site oficial da Aciscs, inclusive, o nome de Laselva ainda consta no topo da lista de integrantes do conselho que, curiosamente, ganhou destaque no último ano desde que vieram à tona suspeitas de irregularidades no repasse de R$ 1 milhão por parte da Prefeitura de São Caetano para custeio da campanha do Natal Iluminado de 2016.
O conselho superior da Aciscs, então presidido por Laselva, indicava a possibilidade de abrir sindicância interna para apurar apontamentos feitos pela gestão do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), que encontrou irregularidades no convênio – celebrado em 2016, quando a Aciscs era presidida por Walter Estevam Junior (Republicanos) – e exigiu a restituição do recurso aos cofres públicos.
Reunião do conselho para a eleição do novo presidente e para debater as denúncias chegou a ser marcada para setembro do ano passado, mas, de lá para cá, a Aciscs evitou apurar por conta própria as inconsistências nas prestações de contas do contrato apontadas pelo Palácio da Cerâmica.
Além de não investigar o caso, a Aciscs agiu para barrar a decisão da Prefeitura em exigir a devolução do montante, acionando a Justiça alegando prejuízo ao direito de defesa. Recentemente, o juiz Dagoberto Jeronimo do Nascimento, da 5ª Vara Cível de São Caetano, rejeitou pedido, na análise do mérito, para anular a sindicância realizada pela administração.
Os desdobramentos das inconsistências na prestação de contas envolveram ainda bloqueio de bens da associação e de Estevam, bem como inscrição da entidade na dívida ativa do município – medida que impede a Aciscs de celebrar qualquer convênio público, até mesmo realizar sorteios auditados pela Caixa.
Até dias atrás, a associação era presidida por Moacir Passador Junior, aliado de Walter Estevam. No início do mês, a entidade afastou o mandatário dias depois de o Diário mostrar que o dirigente utilizou cartão de crédito corporativo da Aciscs, custeado com recursos da entidade, para pagar despesas em padaria, em loja de material de construção e até cruzeiro marítimo. Passador, porém, alega que deixou o cargo por decisão própria e por motivos de saúde. O conselho superior da entidade, conforme regimento, também fica responsável por analisar esse tipo de denúncia.
Com a saída de Passador, Marcelo Beja, então vice-presidente, assumiu o posto. Ele não soube ou evitou explicar o fato de o conselho seguir sem substituir Laselva mesmo após um ano. “Eu não faço parte do conselho, que é composto por ex-presidentes (da entidade). Não sei como eles estão se reunindo, peguei a presidência recentemente.”
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