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Frans Kracjberg leva sua arte-denúncia a Paris
Da AFP
09/06/2005 | 09:07
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Árvores queimadas, rachadas, formas fantasmagóricas resgatadas da natureza sofrida: as esculturas de Frans Krajcberg, artista brasileiro de origem polonesa e defensor do meio ambiente, estão expostas no Parc de Bagatelle, em Paris.

Organizada por ocasião do Ano do Brasil na França, a exposição, aberta ao público até 15 de outubro, parte da idéia de um diálogo de naturezas: “confrontar as obras de Krajcberg, nuas, violentas e torturadas, nascidas da luz do Brasil, com a natureza calma e perfeitamente controlada de uma obra-prima da leveza e da elegância à francesa”, destaca Sylvie Dupondt, curadora da exposição.

O Parc de Bagatelle e o palacete do Trianon, propriedade da Prefeitura de Paris, ficam no Bois de Boulogne e foram criados nos tempos de Luis XVI.

Trinta esculturas de Frans Krajcberg estão expostas no parque, enquanto dentro do Trianon é apresentada a obra gráfica, fotográfica e cinematográfica do artista brasileiro. Na galeria, a exposição Florestas Urbanas, organizada em colaboração com a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, convida o visitante a refletir sobre os vínculos entre a cidade e a floresta.

Como as obras de Krajcberg, a exposição surge como um grito em favor da preservação da natureza. “Frans Krajcberg em Bagatelle é um tornado que atinge as grandes árvores do parque de Boulogne. Uma enorme rajada que revolve as convenções e interroga nossas consciências adormecidas”, afirma Sylvie Dupondt.

Krajcberg nasceu em 12 de abril de 1921, na cidade polonesa de Kozienice, em uma família judaica de comunistas militantes exterminada pelos nazistas durante a Segunda Guerra. Lutou na guerra e depois estudou belas-artes com Will Baumeister, em Sttutgart.

Após temporada em Paris, transferiu-se em 1948 para o Brasil, país que adotou e que está imbuído em toda a sua obra. “Recolho tudo o que está queimado, tudo o que está morto, e uso para mostrar o que o homem faz com a natureza”, explica o artista. Marcado pelos horrores da guerra durante a juventude, afirma que no Brasil “renasceu e teve consciência de ser um homem e participar da vida”.



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