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Seventh Seal em trilhas
por países da Europa
Por Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
07/06/2010 | 07:04
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A falta de incentivo governamental à cultura e artistas brasileiros em geral impede a ascensão e consolidação de muitos talentos. Mas, em alguns casos, a obsessão por divulgar seu trabalho ultrapassa fronteiras. Esse é o caso da banda de heavy metal Seventh Seal, composta por integrantes da região.

Cansados da falta de oportunidades, eles mesmos criaram as suas. Depois de 15 anos fazendo apenas pequenos shows pelo Brasil - quase todos no Grande ABC, onde moram -, os músicos decidiram arriscar e partiram para a Europa com a cara, a coragem, guitarras, contrabaixo, baquetas e gogó.

Os cinco integrantes (Ricardo Peres - vocal, Tiago Claro e Thiago Oliveira - guitarras, Darcio Beer - contrabaixo, e Jon Levischi - bateria) tiraram férias em abril, juntaram tudo o que tinham e partiram para o Velho Continente. Foram 13 apresentações e mais dois workshops, de Levischi e Claro, em apenas 18 dias. "Tenho uma produtora de shows e a banda holandesa Elexorien entrou em contato com interesse de vir para o Brasil. Em troca ofereceria uma turnê na Europa. O governo holandês apoiou o Elexorien e arcou com os custos de passagens, o que não conseguimos aqui em nosso País mesmo entrando em contato com o Ministério da Cultura. Então, decidimos fazer tudo nós mesmos", afirma Claro.

A turnê europeia teve sete shows na Holanda, três em Portugal, dois na Alemanha e um na Bélgica. "Viajamos de van, carro, trem, táxi e ônibus. Acho que conhecemos todo o transporte público europeu", brinca o guitarrista.

Acostumados à falta de infraestrutura presente em quase todas as casas de shows voltadas para esse gênero musical no Brasil, os músicos do Seventh Seal entendem que os shows pelo continente europeu foram a mostra de que é possível fazer um som underground dentro de melhores condições de trabalho. "Tocamos em pubs pequenos e locais maiores. Tudo é organizado, equipamento de primeira, uma equipe trabalhando para que tudo ocorra bem. Você chega na casa de show e já te passam um cronograma desde o horário do jantar, até a hora de entrar e sair do palco", conta Claro.

"Foi uma lição de vida de suma importância, um passo à frente", avalia o vocalista Ricardo Peres. Para ganhar um dinheirinho extra, a banda contou ainda com a venda de CDs e camisetas.

O Seventh Seal tem dois discos lançados - Premonition e Days of Insanity - e se prepara para entrar em estúdio no segundo semestre.

A primeira turnê europeia já faz a banda planejar outra viagem ao Velho Continente. "Fizemos bons contatos e já fomos convidados para participar de um grande festival europeu no ano que vem. Queremos passar por outros países também", revela Claro.

Para o vocalista Ricardo Peres, a internet também tem sido fundamental para a divulgação do trabalho do grupo e pode abrir mais portas. "O mercado na era da internet mudou. Nossa música pode chegar ao outro lado do mundo sem que tiremos os pés de casa. Mas, você mesmo apresentar seu trabalho nos lugares faz muita diferença. Aumentam as porcentagens dos resultados."

VULCÃO
Depois de uma turnê sem muitos sobressaltos pela Europa, a volta ao Brasil não foi tão tranquila para os músicos do Seventh Seal. A fumaça do vulcão islandês Eyjafjallajoekull trouxe muitos contratempos para a aviação naquele continente e pegou a banda brasileira de surpresa. "Chegamos ao aeroporto à meia-noite. Nosso voo sairia às 6h, mas estava cancelado. Fomos no balcão da companhia aérea e havia uma mensagem que abriria o balcão exatamente às 6h", conta o contrabaixista Darcio Beer.

Os cinco integrantes dormiram no aeroporto e conseguiram remarcar o voo para algumas horas depois. "Veio um rapaz falar conosco. Após algumas conversas em inglês, descobrimos que ele era brasileiro e depois reconhecemos: era o grande Ivan Lins. Ficamos conversando horas sobre música. O cara é sensacional", brinca Beer. A volta ao Brasil aconteceu 12 horas depois do previsto.

 




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