Cultura & Lazer Titulo
Robôs em toy art
Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
18/01/2011 | 07:02
Compartilhar notícia


Centenas de robôs coloridos, customizados em diferentes lugares do mundo, já podem ser vistas na mostra internacional 'Troyart', sediada no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), em São Paulo. Sem circuito eletrônico, eles não executam atividades programadas, mas carregam consigo um universo lúdico.

Com a proposta de democratizar o processo criativo e o acesso à arte, a mostra é resultado de interatividade favorecida pela internet. No fim do ano, uma chamada aberta foi feita - via Facebook - para artistas em geral.

Cerca de 500 inscritos, oriundos do Brasil e do Exterior, escolheram para customizar um dos três tipos de toy art, criados em papel cartão pelos designers Roberto Stelzer, nascido em Santo André, e Nelson Schiesari.

Já batizados como Raced 33, 2008 e 3 PAT, os modelos foram retirados da publicação 'Livro Branco Nº 1', que reúne robôs destacáveis para montar, adesivar e pintar. Sobre o título, Stelzer afirma que se trata de provocação: "É um estímulo para a criação. O leitor é quem dá cor".

Depois de customizados - a criatividade dos participantes permitiu a utilização de materiais diversos como penas, talheres e pilhas -, os objetos (com 18 cm de altura) foram encaminhados pelo correio para a curadoria, assinada por Angela Ferrara.

Segundo o designer, a proposta da exposição é também "resgatar a visão romântica do robô: de que um dia pudesse ser humanoide", afirma. E lamenta: "O futuro reserva para a gente dispositivo mecânico, sem graça".

Stelzer já tem em parceria com Schiesari cerca de 40 personagens que devem ganhar as páginas das próximas edições da série 'Livro Branco'. A ideia de fazer robôs surgiu em uma das histórias contadas ao filho Franscico, 8 anos, que inclusive participa da mostra.

Primeiro, ele só desenhava e, incentivado pelo parceiro, decidiu materializar os tipos. "Brincamos com a história dos robôs. Teoricamente, foram inventados para ajudar o ser humano. E aqui são tratados como reis".

Quando fez o projeto para o MuBE, Stelzer imaginou que havia só uma forma de montar os tipos e várias de colorir. "Mas muitos colocaram de lado o manual de instruções e montaram os robôs do jeito que acharam mais interessante. Fiquei surpreso", afirma.

O número de obras do acervo ainda não é fechado porque algumas, vindas do Exterior, ainda estão para chegar. Por enquanto, há mais de 350. China, África do Sul, Canadá, Alemanha, Estados Unidos e Grécia são alguns dos países participantes. Além das peças, alguns vídeos narram processos de criação.

A ligação dos estrangeiros com a exposição não acabou quando colocaram as respectivas obras no correio. De longe, ainda podem apreciar o resultado de toda essa interatividade. Basta acessar o blog (www.toymube.blogspot.com).

Segundo o designer, o saldo dessa experiência é positivo. "A riqueza é grande. Nenhum objeto é parecido com outro", garante. E confessa: "Difícil foi segurar a ansiedade. Eu me emocionei quando vi os robôs prontos".

E a exposição já tem outra possibilidade de destino: um museu canadense já mostrou interesse em receber os objetos. Próxima ação é fotografar os objetos, agora parte do acervo do Mube, para a publicação de catálogo.

ARTE POSTAL
Esta não é a primeira vez que o Mube faz exposição colaborativa, inspirada na arte postal. Em fevereiro, 'A Book About Death' (Um Livro sobre a Morte) recebeu centenas de cartões-postais do mundo.

Troyart Exposição. No Mube (Museu Brasileiro de Escultura) - Rua Alemanha, 221, São Paulo. Tel.: 2594-2601. Visitação: de terça-feira a domingo, das 10h às 19h. Entrada gratuita. Até dia 30.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;