No que depender dos futuros engenheiros brasileiros, nosso País será um exemplo a ser seguido na criação e desenvolvimento de automóveis econômicos e ecologicamente corretos. Afinal, não são raras as universidades que investem em projetos automotivos. Exemplo disso é o Errba 3, protótipo elaborado pelos estudantes de engenharia da Universidade Anhembi Morumbi de São Paulo, que em 2008 conquistou o primeiro lugar na categoria gasolina da 5ª Maratona de Eficiência Energética, percorrendo 343,17 quilômetros com só um litro de combustível.

Nosso anfitrião durante a visita ao Quartel General do bólido foi Carlos Carneiro, coordenador do curso de Engenharia de Produção e um entusiasta nato. No local, em meio a desenhos espalhados por todos os lados, ferramentas, experimentos e a bandeira do Brasil, o Errba 3 ocupa posição de destaque. No olimpo do QG.

O modelo traz duas rodas na frente e uma atrás. Os pneus são raiados de bicicleta. O chassi é tubular e a carenagem é de fibra de vidro que, segundo Carneiro, "foi moldada de forma artesanal pelos próprios alunos". O piloto - que precisa ter o biotipo de um jóquei - senta-se em uma rede de fina lona que se molda ao corpo. Os pés ficam dentro da carenagem, protegidos. O Errba 3 também traz itens de segurança, que fazem parte do regulamento, como santantônio, espelhos retrovisores, parede corta-fogo, entre outros dispositivos. No centro, um pequeno velocímetro.

"O Errba 3 é uma evolução do Errba 2. É mais leve e traz algumas inovações", revela Carneiro, que contou com a ajuda de um grupo de 15 alunos de engenharia de produção, elétrica e até aviação civil. "A parte de aerodinâmica, fundamental para a economia de combustível, foi toda desenvolvida com o auxílio de um software", explica o coordenador, lembrando que para concluir o projeto foram necessários dez meses de trabalho.

"Tecnicamente, o motor teve a cilindrada reduzida para diminuir o consumo", detalha Carneiro. "O peso também foi retrabalhado. Agora, o Errba 3 pesa só 14,43 quilos", completa o coordenador.

COMPETIÇÃO - A disputa funciona da seguinte maneira: um recipiente, que seria o tanque de combustível, é preenchido com gasolina e pesado em seguida. Na pista, o piloto é obrigado a completar 12 voltas da maneira que achar mais adequada. Após concluir a quilometragem - 12 voltas - o recipiente é retirado e novamente pesado. Depois, por uma regrinha matemática, chega-se à quilometragem por litro percorrido pelo modelo. Simples? Para os engenheiros, sim!