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Estratégia de Berlusconi sofre duro golpe
Da AFP
14/04/2006 | 11:21
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Apenas 5.266 votos foram contestados nas eleições legislativas realizadas na Itália nos dias 8 e 9 de abril, ao invés dos 82.850 inicialmente denunciados, anunciou nesta sexta-feira o ministério do Interior, o que representa um golpe para a estratégia do primeiro-ministro Silvio Berlusconi de contestar a vitória de Romano Prodi.

"O número de cédulas impugnadas foi reduzido de 43.028 a 2.131 na Câmara dos Deputados e de 39.822 a 3.135 no Senado da República", afirma um comunicado do ministério.

"O primeiro número provisório de cédulas impugnadas foi um erro material de cálculo", explica o ministério. As graves acusações de fraudes e ilegalidades do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi caíram por terra nesta sexta-feira com os dados divulgados pelo ministério.

A vantagem de 25 mil votos na Câmara dos Deputados obtida pela coalizão de centro-esquerda liderada por Romano Prodi não pode mais ser superada e a esperança de Berlusconi de modificar os resultados acaba de ser enterrada.

A informação confirma a vitória de Prodi, que já havia proclamado o resultado na terça-feira, depois da divulgação dos números oficiais que apontavam seu triunfo por pequena margem nas duas câmaras do Parlamento. No entanto, Berlusconi se recusou a admitir a derrota nas urnas e pediu uma recontagem dos votos impugnados.

O ministério do Interior admite no comunicado oficial o erro e explica que o mesmo foi provocado pela soma, como cédulas impugnadas, dos votos anulados e em branco.

Os juízes do Tribunal de Apelações concluirão nos próximos dias o controle de todos os votos impugnados e devem ratificar o resultado eleitoral, encerrando a disputa.

No entanto, a direita não parece disposta a permitir que a centro-esquerda comemore a vitória. O ministro dos Italianos no Mundo, Mirko Tremaglia, pediu nesta sexta-feira a repetição das eleições nas circunscrições no exterior por irregularidades registradas durante a votação.

"As eleições nas circunscrições no exterior deveriam ser repetidas, não vejo outra solução", afirmou Tremaglia, da AN (Aliança Nacional, direita), autor da lei que autorizou o voto de quase três milhões de italianos residentes no exterior, muitos deles filhos de emigrantes.

"Foram muitas irregularidades e 228.888 cidadãos que vivem no exterior, ou seja, 10% dos que têm direito de voto, não receberam as cédulas e não puderam votar", afirmou Tremaglia em uma entrevista coletiva.




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