A Prefeitura de São Bernardo instalou na última semana semáforos adaptados para daltônicos em dez cruzamentos da Rua Marechal Deodoro, no centro. A decisão foi tomada após reclamação protocolada por munícipe na Rede Fácil, o sistema de atendimento do Executivo à população.

As sinaleiras ganharam película refletiva autocolante ao lado da iluminação amarela - a do meio. "O material reflete a luz que está acesa. Por exemplo, se for a vermelha, reflete para cima. Se for verde, para baixo. Isso ajuda a pessoa daltônica a se orientar, principalmente à noite", explica o encarregado de Sinalização de Trânsito da Prefeitura, Paulo de Tarso Martin. O processo de adaptação é simples e não é necessária a troca do equipamento semafórico.

Por ser projeto piloto, a administração não teve custo para adicionar as faixas aos semáforos. "Foi usado material que já tínhamos, além da nossa própria mãode obra", explica Martin. A Prefeitura já tem planos de expandir a iniciativa para outros pontos da cidade, como a Rua Jurubatuba, a Estrada dos Alvarenga e as avenidas Senador Vergueiro e Lions. No entanto, ainda não há prazo para que as adaptações sejam feitas. Ao contrário dos semáforos da Marechal Deodoro, os próximos demandarão gastos para os cofres municipais. Ainda não há, no entanto, estimativa de investimento necessário.

Apesar de a melhoria ter sido feita para garantir mais segurança aos daltônicos, Martin não tem conhecimento de acidentes causados na cidade após pessoas com este tipo de deficiência terem se confundido no semáforo. A estimativa é de que cerca de 8% da população brasileira sofra de daltonismo.

Na Capital, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) anunciou no ano passado a implantação de sistema semelhante em 17.000 semáforos da cidade.

O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) dificulta a obtenção de CNH (Carteira Nacional de Habilitação) por pessoas daltônicas. Para ser aprovado, o candidato a motorista tem de passar por exame oftalmológico para mostrar se consegue ou não diferenciar as cores básicas.