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Lojistas da região projetam alta de 5% nas vendas com o Carnaval

Federação acredita que sucesso dos bloquinhos da Capital alavancará vendas no Grande ABC

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
11/02/2020 | 00:01
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André Henriques/DGABC


A menos de duas semanas para o Carnaval, o comércio da região já está com os estoques abastecidos para lucrar com a data. A estimativa é que as sete cidades registrem crescimento de 5% nas vendas de itens carnavalescos em relação a 2019. Já o tíquete médio (quantia que o consumidor pretende desembolsar) pode variar entre R$ 50 e R$ 100. A projeção é da FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo).

Segundo os lojistas, mesmo sendo período do ano marcado pelo pagamento de contas, a exemplo do IPVA, IPTU e material escolar, o baixo valor dos itens é uma das razões que justificam o aumento das vendas. “A compra feita por impulso também é um fator. A maioria dos comerciantes coloca esses itens de forma visível, estrategicamente. Outro ponto é colocá-los próximo ao caixa, o que incentiva a comercialização dos produtos”, argumenta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de São Caetano, Alexandre Damasio.

Segundo Damasio, a proximidade do Grande ABC com o Centro da Capital incentiva os foliões a consumirem esses itens de Carnaval. “Há muitos bloquinhos nas ruas de São Paulo e isso acaba propiciando maior aumento das vendas, uma vez que os moradores vão daqui para lá e capricham na arrumação.”

Neste ano são esperadas 15 milhões de pessoas nas vias paulistanas em quase 800 bloquinhos, segundo a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Além do varejo, segmentos ligados ao turismo, como hotéis, bares e restaurantes, serão beneficiados durante o período, com faturamento estimado em R$ 8 bilhões, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O cenário de vendas e tíquete médio deve se manter entre os lojistas do Interior e Litoral do Estado.

“Somos entusiastas. O varejo, apesar da crise econômica que assolou todos os setores nos últimos anos, é um segmento que se reergue com maior facilidade. É também o ramo que mais oferece oportunidade em termos de emprego, até por causa das datas sazonais, essenciais para o tal impulso de compra”, comenta Damasio, que lembra que, após o Carnaval, o varejo já se movimenta para o dia 30 de março, data nacional em que lojistas tendem a dar descontos pelo Dia Livre de Impostos sobre os produtos. “Estamos sempre pensando em alguma data dentro do mês que alavanque as comercializações”, conclui.

Tributos chegam a representar até 50% do valor dos principais artigos

Na semana que antecede o Carnaval, quem vê os artigos nas vitrines não imagina o quanto do valor total corresponde a impostos. Os tributos chegam a 50% do preço, dependendo do item – quantia repassada ao governo.

Entre os produtos tradicionalmente procurados pelos foliões estão o colar havaiano, cuja parcela de tributação é de 45,96%; o spray de espuma (45,94%); a máscara de plástico (43,93%); e confete ou serpentina (43,83%).

Quanto às bebidas, os impostos são ainda mais pesados, a exemplo da caipirinha (76,6%), chope (62,2%) e cerveja (55,6%) – bastante consumidos na festividade, inclusive. O levantamento foi realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação). A lista também incluiu passagens aéreas, com impostos na casa dos 22,32%. “Com a tributação alta, o poder de compra diminui e a engrenagem da economia não deslancha”, comentou o vice-presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura Júnior. 




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