Internacional Titulo
Comandante americano teria 'sinal verde' para invadir Bagdá
Do Diário OnLine
02/04/2003 | 03:33
Compartilhar notícia


O chefe do Estado-Maior Conjunto norte-americano, general Richard Myers, anunciou nesta terça-feira que as tropas da coalizão anglo-americana lançarão o grande esforço contra Bagdá "assim que nós estivermos prontos". Ao lado dele na coletiva concedida no Pentágono (Washington), o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que "o cerco está se fechando" sobre a capital. Segundo a rede CNN, a decisão de invadir Bagdá cabe unicamente ao general Tommy Franks, chefe do Comando Central Americano no Catar (Golfo Pérsico).

Uma grande batalha iniciada nesta terça-feira em Karbala (cerca de 108 quilômetros ao sudoeste de Bagdá), envolvendo a 3ª Divisão de Infantaria dos EUA e pelo menos duas divisões da Guarda Republicana, é apontada por oficiais americanos como a provável abertura da grande investida contra a capital. Jornais britânicos publicados nesta quarta-feira noticiaram que a ofensiva contra Bagdá deve ocorrer em 48h.

A CNN noticiou nesta terça-feira que Franks recebeu 'carta branca' do governo americano para comandar a tomada de Bagdá. Ele não precisaria nem pedir autorização ao presidente George W.Bush e ao secretário Donald Rumsfeld. A emissora noticiou ainda que as forças lideradas pelos EUA no Golfo receberam um plano de batalha que sugere que o foco da guerra em solo mudará logo para a capital.

No Catar, de onde comanda as tropas americanas no Golfo, o general Tommy Franks teria dito que a invasão de Bagdá é "questão de dias". Citando fontes americanas no Comando Central, jornais britânicos como The Times, Financial Times e Daily Telegraph chamam o ataque contra a capital de "iminente".

No campo de batalha, as tropas aliadas têm confrontos cada vez mais aguerridos contra a resistência iraquiana. A Guarda Republicana, conhecida por ser a força de elite do Exército de Saddam Hussein, já está envolvida nos combates travados em pontos mais próximos de Bagdá. Nas cidades mais distantes, como Basra, Nassiriya e Najaf, a resistência parte de milícias paramilitares - como Fedayeen Saddam e Al Quds.

Oficiais americanos destacaram que o combate mais expressivo dos últimos dias começou nesta terça-feira nas imediações de Karbala, uma cidade estratégica no caminho para a capital. Uma fonte militar dos EUA ouvida no Comando Central classificou o confronto em Karbala como "a grande batalha". A fonte disse ainda que o conflito "bem poderia ser" o prenúncio de uma nova ofensiva da coalizão rumo a Bagdá. Pelo menos duas divisões da Guarda Republicana (Medina e Bagdá) estão engajadas no conflito contra a vanguarda americana.

Segundo um funcionário do Pentágono citado pela Agência France Presse, a batalha em Karbala marca "a primeira vez que forças terrestres estão totalmente envolvidas num combate contra a Guarda Republicana". O esperado confronto foi precedido por vários dias de intensos bombardeios contra instalações das divisões Medina, Bagdá, Hammurabi e Al Naida.

As forças anglo-americanas mais avançadas no caminho a Bagdá estariam em Hilla, a cerca de 70 km da capital. Correspondentes da rede britânica BBC reportaram que soldados dos EUA e membros da Guarda Republicana se enfrentam desde segunda-feira nas imediações da cidade. As mesmas fontes falam em pelo menos um americano e vários iraquianos mortos nos combates.

Paralelamente às batalhas em terra rumo a Bagdá, as forças aliadas mantêm a campanha diária de ataques aéreos contra a capital e suas imediações. O comando militar americano afirma que pelo menos duas divisões da Guarda Republicana tiveram suas capacidades cortadas pela metade só com bombardeios. Os oficiais dos EUA falam que há dias tropas da Guarda têm sido deslocadas para cobrir os flancos mais desguarnecidos. Mas o general Myers disse que ainda assim a capacidade de combate de algumas divisões está "abaixo de 50%".

Outra fonte do Pentágono ouvida pela AFP disse que dois terços dos 800 ataques realizados nesta terça-feira pelos aviões da coalizão tiveram por objetivo as divisões da elite militar de Saddam Hussein.

Além de instalações da Guarda Republicana, concentradas especialmente na periferia de Bagdá, os alvos preferenciais dos bombardeios sobre a capital são prédios do governo iraquiano. Desde segunda-feira, um complexo de palácios da presidência tem recebido pesados ataques. O Ministério da Informação, uma central telefônica e a sede do Comitê Olímpico Iraquiano também sofreram.

Com agências




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;