Setecidades Titulo Falta de chuva
Nível do Sistema Rio Grande cai 20% em dois meses e acende alerta

Especialistas destacam necessidade de preservação e economia de água

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
07/11/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A falta de chuvas nas últimas semanas resultou na redução de 20% do nível de água do Sistem</CW><CW-29>a Rio Grande, braço da Represa Billings responsável pelo abastecimento de 1,2 milhão de pessoas em Santo André, São Bernardo e Diadema. Em 6 de setembro, o manancial estava com 101,4% da capacidade e, ontem, 81,4%, conforme a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Bruno Garre, consultor ambiental e professor do curso de engenharia ambiental e sanitária da Universidade Metodista, atribui a redução à falta de chuvas dos últimos dias. Entretanto, avalia que o percentual constatado não é ruim. “Ainda que a queda acentuada assuste, se a previsão do tempo estiver certa para os próximos dias, com as chuvas de verão, o volume deve voltar a subir.”

Porém, o especialista lembra que, para repor a água dos mananciais, os períodos de chuva devem ser constantes. “Quando chove um pouco e o solo está quente, a água evapora, ou seja, umedece mas não repõe. O ideial é que sempre caia uma chuvinha para manter o solo úmido, ajudando na capilaridade”, assinala.

Por outro lado, Marta Marcondes, bióloga e professora de gestão ambiental da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), afirma que o número é preocupante. “Um dos fatores é o deficit de chuvas, que impacta diretamente no volume de água, portanto, dependemos do clima e, se não fizermos a lição de casa, a situação pode piorar.”

Assim, segundo a especialista, além da economia de água por parte da população, é essencial promover a preservação de áreas verdes para manutenção das nascentes.

Outro aspecto que pode justificar a queda é o bombeamento de água do Rio Grande para compensar a escassez em outros reservatórios, a exemplo do Alto Tietê, cujo volume passou de 90,6% para 80,8% entre setembro e novembro deste ano. “Nunca vi baixar os níveis tão rapidamente e, se continuar tirando sem preservar (as áreas de mata), vai secar”, alerta a docente da USCS.

O Sistema Rio Claro, que abastece 1,5 milhão de moradores em Santo André, Mauá e Ribeirão Pires, passou de 101,4% para 81,4% de setembro a novembro. Já o Cantareira, responsável pelo abastecimento integral de São Caetano, caiu de 50,1% para 40,1%.




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