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Juiz teme que homem que tentou matar papa seja assassinado
Da AFP
09/01/2006 | 15:48
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O juiz italiano Ferdinando Imposimato, que processou em Roma Mehmet Ali Agca, o turco que tentou matar o papa João Paulo II, teme que ele seja assassinado depois de sua libertação, anunciada na Turquia.

"Estou convencido de que a vida de Ali Agca corre perigo tão logo seja libertado, pois ele sabe muitas coisas sobre o complô organizado contra o papa João Paulo II", declarou o ex-juiz à imprensa local.

Um tribunal de Justiça turco autorizou a libertação de Agca nessa semana. Agca, 48 anos, deverá estar livre entre esta terça-feira e o próximo domingo.

No dia 13 de maio de 1981, Mehmet Ali Agca, militante ultra-nacionalista então com 23 anos, abriu fogo contra João Paulo II na praça São Pedro em Roma, no momento que o Santo Padre participava de uma audiência em carro descoberto.

Restabelecido, João Paulo II encontrou o agressor na prisão, concedendo-lhe o perdão.

O motivo desta tentativa frustrada de assassinato ainda é mistério. Um envolvimento dos serviços secretos búlgaros e soviéticos foi analisado, não sendo jamais provado.

Extraditado para a Turquia em 2000, depois de ter passado 19 anos em prisões italianas, Agca havia sido condenado à prisão perpétua em seu país pelo assalto a banco cometido nos anos 70 e pelo assassinato de um jornalista turco em 1979, uma pena comutada depois a 10 anos de prisão.

Quando João Paulo II morreu em abril de 2005, Agca declarou em sua cela que estava de luto por seu "irmão espiritual" e pediu às autoridades turcas que o deixassem assistir aos funerais do papa, mas seu pedido foi rejeitado.

Muitos consideram Agca como perturbado psiquicamente, enquanto outros vêem nele um manipulador que brinca com as doenças mentais.

No passado, deu declarações contraditórias sobre seu papel no atentado contra João Paul II, modificando freqüentemente sua versão e obrigando à abertura de dezenas de investigações paralelas.




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