Após tirar PT da presidência da Câmara, comunista assume papel determinante para montar chapa governista
Protagonista no fim da hegemonia petista no comando da Câmara de Diadema, o presidente do Legislativo, Laércio Soares (PCdoB), assumiu as rédeas da articulação da base aliada do governo. E já provocou mudança na estratégia do PT para manter Gilson Menezes (PSB) como vice na chapa de reeleição do prefeito Mário Reali (PT).
Antes otimista pela unidade nas reuniões com o bloco governista para emplacar Gilson, Reali viu a perda de terreno do socialista. O petista designou seu chefe de Gabinete, Osvaldo Misso (PT), para convencer as siglas, individualmente, da importância de Gilson.
No fim de 2010, Laércio construiu candidatura alternativa à presidência da Casa, mesmo sendo líder do prefeito no Parlamento. Costurou apoio de outros oito vereadores e desbancou o favorito Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), então mandatário no Legislativo diademense. Desde o episódio, o comunista é visto com desconfiança pela cúpula petista.
O presidente da Câmara foi designado pelo grupo formado por PPS, PMDB, PDT e PR - denominado G-5 - para ampliar a frente e conseguir convencer Reali a trocar o vice. Para isso, desenha coligações proporcionais que beneficiarão outras cinco legendas: PRB, PPL, PRTB, PSC e PTdoB. Caso aglutine dez siglas, praticamente garantirá a mudança na vaga.
"Acredito que a discussão do vice é meio secundária nesta história. Todos os partidos, inclusive o PT, têm primeiro interesse em fazer vereadores. É com isso que medimos a força de cada partido. A partir de então você começa a discutir o vice", comentou Laércio, sem se colocar como estrategista.
A análise do G-5 é que Gilson não mais representa a totalidade do arco de alianças. Alguns dizem até que o ex-prefeito por dois mandatos sequer tem consenso no PSB - o presidente socialista em Diadema, Manoel José da Silva, o Adelson, também postula dividir chapa com Reali.
Há boatos de que Gilson não enterrou o projeto de retornar ao PT, partido pelo qual foi eleito prefeito em 1982. Se regressar à trincheira petista, garantiria existência de chapa puro sangue disfarçada ao Paço e evitaria mal-estar na base para a eleição de 2016.
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