O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), determinou que a Controladoria-Geral do Município e a Procuradoria-Geral do Município analisem se há irregularidade no fato de o presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano), Moacir Passador Junior, privilegiar a família na exploração de fotocopiadora dentro do Atende Fácil, no Centro.

Ontem, o Diário mostrou que Gabriela Martines Passador e Genny Gardesani Martines, respectivamente filha e sogra do dirigente, são donas da Fotos e Cópias Fácil, instalada em espaço público cedido à Aciscs. A mulher de Passador, Marisa Martines Passador, é quem administra o estabelecimento.

"Pedimos (apuração) à Controladoria e à Procuradoria por causa da notícia (do Diário). Fui eu quem concedi (o espaço) à Aciscs (em 2009), mas confesso que não acompanhei para quem a associação destinou (o local). São duas lojas importantes. Uma de alimentos, uma lanchonete, e outra é papelaria. Pedi um parecer”, citou.

Em 2009, a Prefeitura de São Caetano firmou parceira com a Aciscs para concessão dos dois boxes, de 20 metros quadrados cada. A ideia era a de que a permissão de exploração seguisse critérios técnicos.

Porém, segundo a especialista em direito administrativo Mônica Sapucaia Machado, o caso pode ser configurado como conflito de interesses, uma vez que o concedente tem relação familiar com a empresa beneficiária. “Há relação muito próxima entre o presidente da entidade e a dona do estabelecimento. Apesar de não ser irregular, é possível dizer que é um episódio que beira a imoralidade”, declarou ela, ao Diário, na sexta-feira.

Também na sexta, a equipe do Diário esteve no Atende Fácil, uma espécie de Poupatempo municipal, e constatou intenso movimento de clientes. Isso porque os serviços oferecidos pela fotocopiadora são demanda frequente do Atende Fácil.

Passador não retornou aos contatos da equipe do Diário para comentar o caso. Ele assumiu a Aciscs em março, alçado ao cargo apadrinhado pelo advogado Walter Estevam Junior, ex-presidente da entidade. Estevam é investigado por suspeita de desvio de recursos públicos para realização do Natal Iluminado de 2016.