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Há 15 anos, Santo André conquistava a Copa do Brasil

Vitória por 2 a 0 sobre o Flamengo mudou para sempre a vida do clube e dos jogadores

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
30/06/2019 | 08:50
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Claudinei Plaza/DGABC


Dia 30 de junho de 2004. Maracanã, Rio de Janeiro. Aquela noite mudou para sempre a história do EC Santo André. Um time modesto da Região Metropolitana de São Paulo ousou desafiar o poderoso Flamengo, apoiado por 82 mil torcedores. Mais do que isso, foi soberano, não sofreu um susto sequer nos 90 minutos de bola rolando. O time pequeno se agigantou, inverteu a lógica e, com gols de Sandro Gaúcho e Élvis, se sagrou campeão da Copa do Brasil.

Hoje, 15 anos da conquista, praticamente todos os jogadores daquele time estão aposentados. Os únicos que resistem são os zagueiros Gabriel Limeira, 35 anos, que está no Vila Nova-MG, e Alex Bruno, 37, no Itinga-SC. Os demais perambulam no mundo da bola como treinadores e gestores.

Um dos personagens mais emblemáticos daquela conquista foi Dedimar. Capitão, ele teve o privilégio de erguer o troféu mais importante da história do Ramalhão e não esconde que aquela campanha foi um divisor de águas na sua carreira. “Foi especial. Foi o marco da minha carreira. Sou lembrado até hoje pela liderança que exercia naquele time. Ali mostrou minha capacidade de liderar, vi que era possível fazer isso com bons exemplos. Tínhamos grupo muito bom, de jogadores que já tinham passado por grandes clubes. Éramos unânimes, dividimos o mesmo sonho”, recorda o ex-zagueiro, que hoje é olheiro e coordenador das categorias de base do Palmeiras.

Dedimar era lateral-direito e virou zagueiro no Santo André, justamente pelo espírito de liderança. Era como se fosse um técnico dentro de campo. O respeito natural que conseguiu fez a diferença, principalmente para segurar a ansiedade de time desacreditado e que foi avançando meio que nos trancos e barrancos. Com exceção da estreia, quando fez 5 a 0 no Novo Horizonte-GO, depois, cada jogo escreveu uma história de superação. Na segunda fase, eliminou o Atlético-MG, depois passou por Guarani, Palmeiras, até a semifinal contra o XV de Campo Bom-RS, comandado por Mano Menezes, até chegar à final diante do Flamengo.

“O jogo (de volta) contra o Palmeiras talvez tenha sido o mais difícil. Conseguimos passar”, lembrou Dedimar, referindo-se ao empate por 4 a 4 no antigo Parque Antarctica, após 3 a 3 na ida, no Bruno Daniel. “Difícil mensurar o momento mais marcante porque cada jogo teve uma história para ser contada”, acrescenta.

Conselheiro na época, o atual presidente Sidney Riquetto só lamentou o fato de o clube não ter aproveitado a grande exposição que teve. “O maior triunfo foi dar maior visibilidade ao Santo André. Antes era clube conhecido apenas regionalmente, e esse título deu visibilidade nacional. Mas faço autocrítica, acho que não aproveitamos o momento. O clube não se solidificou, sofreu rebaixamentos e está fora das competições nacionais. Uma pena”, lamentou. 




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