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Mantega acredita em juro real a 5% em três anos
Da Agência Brasil
14/03/2007 | 07:52
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, estimou nesta terça-feira que a taxa de juros real do país atingirá os 5% até 2010. Hoje, considerando a meta de inflação anual de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional, o juro real – que é o juro descontada a inflação – está em 8,25%. A Selic, taxa básica de juros que tributa operações bancárias e financeiras e serve de parâmetro para a aplicação de juros no mercado, está em 12,75% ao ano. O índice foi estabelecido no último dia 7 de março, pelo Copom (Conselho de Política Monetária).

"Tenho certeza que até final do segundo mandato do presidente Lula, até antes disso, o juro real no país estará a 5%, semelhante aos juros dos países emergentes. Aliás, já está em 8 e pouco. Cair 3%, nos próximos quatro anos, é sopa, é fácil. Tenho certeza que isso será feito", apostou o ministro, ao sair de audiência sobre o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), no Senado.

Mantega disse que o BC (Banco Central) vai cumprir o centro da meta de 4,5% neste ano. "O Banco Central vai cumprir, ele não cumpriu o centro da meta em 2006. Mas em 2007, tenho certeza que vai", apostou o ministro. Ele disse que a fórmula para que o centro da meta seja atingido é um crescimento maior da economia e uma menor pressão inflacionária do câmbio. "A economia vai crescer mais do que cresceu em 2006. Ao crescer mais, ela vai puxar um pouco a inflação para cima. Em segundo lugar, o câmbio vai reagir em algum momento, então não vai contar com essa desvalorização do dólar que houve em 2006. E o câmbio não será um fator anti-inflacionário", avaliou.

Com esses fatores, Mantega acredita que o Banco Central poderá fechar 2007 com uma inflação de 4,5%, no máximo 5%. "Desse jeito o BC poderá tranqüilamente nos entregar no final de 2007 algo como 4,5 ou 5% de inflação, que é dentro do centro da meta, que é o desejável, e que conciliará um crescimento mais vigoroso para a economia". O ministro disse que o ideal é ter o índice da inflação no mesmo patamar que o ritmo de crescimento. "O ideal é assim, inflação é igual a crescimento, 4,5 e 4,5 estaria ótimo", afirmou Mantega, referindo-se aos índices de crescimento da economia e da inflação.

A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços do Consumidor Amplo), índice que baliza as metas de inflação, ficou em 3,14% em 2006. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles esteve com o ministro da Fazenda, depois da audiência no Senado, onde Mantega cobrou que se perseguisse o centro da meta de inflação. Ao sair do encontro, Meirelles disse que o BC tem feito isso nos últimos quatro anos. "Todo BC sempre mira o centro da meta. É o que fizemos nos últimos quatro anos", afirmou. Questionado se encarava a cobrança no ministro como uma forma de pressão, o presidente do BC respondeu somente que "não".




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