Política Titulo Eleições
Mudança na lei atrapalha quebra de recordes das votações na região

Político mais bem votado do Grande ABC é William Dib no pleito de 2004, em S.Bernardo

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
07/04/2019 | 07:00
Compartilhar notícia
André Henriques/DGABC


As mudanças na legislação eleitoral, avalizadas em minirreforma do Congresso, tendem a atrapalhar a quebra de recordes das votações no Grande ABC. Isso porque, entre as alterações nas regras do jogo, já válidas para o próximo pleito municipal, está o sistema de coligações para as candidaturas proporcionais, como vereador. A composição deixará de existir na empreitada de 2020.

Diante do cenário, segundo especialistas, o número de postulantes à disputa majoritária deve aumentar visando dar fôlego às chapas de parlamentares. Como consequência, a possível pulverização de votos. Outra situação é o fim da reeleição, justamente a condição que dava margem para maior índice de adesões nas urnas. 

O Diário fez levantamento das eleições municipais dos últimos 30 anos na região. O político que aparece mais bem votado na história é William Dib (sem partido), então pelo PSB, no pleito de 2004, na reeleição em São Bernardo – ele ocupava o cargo de vice de Mauricio Soares (PHS) e assumiu o Paço em 2002, com a renúncia do então chefe do Executivo.

Com 21 partidos na coligação, Dib registrou 295,4 mil votos (76,3%), liquidando a fatura no primeiro turno. Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), segundo colocado, obteve 88,5 mil (22,8%). O registro aparece mesmo na ocasião com colégio eleitoral inferior ao atual. Hoje, a cidade tem cerca de 612 mil eleitores. À época, eram 500 mil votantes.

Em outra mostra sobre o instituto da reeleição, a segunda marca é de Luiz Marinho (PT), na eleição de 2012, em São Bernardo. O ex-ministro angariou 261,3 mil votos (65,7%), e venceu a corrida na etapa inicial.

Na vizinha Santo André, a marca até hoje pertence a Celso Daniel (PT, morto em 2002), na eleição de 2000. Na oportunidade, o petista projetava o terceiro mandato. Amealhou 250,5 mil votos (70,1%), finalizando logo na primeira fase a concorrência, que tinha Celso Russomanno (PRB). O atual deputado federal recebeu 80,1 mil sufrágios, e ficou na segunda colocação. Na empreitada anterior, em 1996, Celso também levou e com números expressivos: 205,3 mil adesões (52,3%). A melhor média de segundo turno, por sua vez, é de Paulo Serra (PSDB), em 2016, quando o tucano, com 276,5 mil votos (78,2%), bateu o então prefeito Carlos Grana (PT), em forte desgaste do petismo, que registrou 77 mil (21,7%).

A lista em São Caetano é encabeçada pelo ex-prefeito Luiz Olinto Tortorello (PTB, morto em 2004). Em 2000, no projeto de reeleição, o petebista alcançou 63,5 mil votos (78,2%). O segundo feito simbólico, também na briga pela renovação de mandato, se deu em 2008, com o atual prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), pupilo de Tortorello. Ele conquistou 62,3 mil sufrágios (78,1%).

Em Diadema, na esteira da popularidade do então prefeito José de Filippi Júnior (PT), Mário Reali (PT) garantiu a maior marca da cidade. Recebeu 133,8 mil votos (58,2%) e venceu na primeira etapa. Sofreu, contudo, derrota em sua reeleição, quando Lauro Michels (PV), em 2012, obteve 145 mil sufrágios (60,4%), maior média de segundo turno no município. Mauá, por sua vez, tem o triprefeito Oswaldo Dias (PT) com o melhor número de primeiro turno: foram 104 mil em 2008, ano de seu último êxito. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;