‘Tios e tias das vans escolares, cuidem bem dos nossos filhos e filhas. Evitem acidentes por descuido. Somos todos pais e mães’. A mensagem, exibida em uma faixa na Rua Canaã, Jardim Nova Canaã, em São Bernardo, é um apelo feito pelo gerente administrativo Robson Vieira, 43 anos, para que os condutores de transporte escolar e auxiliares sejam mais cuidados com as crianças.

A ação tem objetivo de chamar atenção após o atropelamento de sua filha Laura Vieira, 6, no dia 8, em frente à sua residência, enquanto atravessava a rua depois de desembarcar do veículo, contratado para o trajeto entre a escola e a casa havia apenas três dias.

Segundo relatos da própria vítima, além da mãe, a assistente administrativa Uilma Vieira, 40, e de vizinhos – que testemunharam o acidente –, Laura saltou da van escolar sem a ajuda da auxiliar do transporte. A menina foi atropelada por um veículo que trafegava pela via no momento em que ela atravessava. A mãe, que estava pegando o dinheiro necessário ao pagamento do transporte, passou mal e desmaiou. “Perdi a consciência por alguns segundos”, lembra.

Vizinho e amigo da família, Erisson Teixeira dos Santos, 37, foi a primeira pessoa a pedir socorro para a garota. “Minha primeira reação foi correr imediatamente até ela e ligar para a emergência e para a polícia”, conta. Laura foi resgatada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada ao Hospital Assunção, em São Bernardo, onde foi constatada a fratura de dois ossos da perna esquerda, perto do tornozelo. A menina passou por cirurgia para implantação de hastes de sustentação e, por isso, terá de ficar dois meses sem poder colocar o pé no chão – consequentemente impedida de ir à escola.

Laura reforçou que não contou com ajuda no momento do desembarque, além de ressaltar a forte dor da fratura. “A moça que abre a porta e pega a gente não acompanha a saída da van, nos deixa sozinhos, com todo mundo é assim”, relata a menina.

Mesmo indignado com a situação, Vieira não pretende levar o caso à Justiça. Ele destaca ter recebido auxílio do motorista que atropelou a filha e que o objetivo principal da faixa é o de alertar sobre a responsabilidade do trabalho de transportar crianças. “Apenas quero abrir os olhos dos pais e perueiros para que acidentes deste tipo não aconteçam novamente”, conclui.