Os consumidores do Grande ABC devem gastar 7% a mais em março para encher o carrinho do supermercado. As chuvas constantes deste início de ano fizeram com que muitos fornecedores aumentassem os preços cobrados, principalmente dos grãos, como o arroz e o feijão.

Vantuir Antonio Fontes, gerente de compras da Coop afirma que os produtos estão chegando aos varejistas com aumento de 15% em relação ao praticado em fevereiro. "O reajuste ocorre em quase todos os produtos, principalmente arroz, feijão, açúcar e leite. Os fornecedores falam que com a chuva, a logística ficou mais cara", argumenta o gerente.

Segundo ele, a oscilação maior ficou por conta do leite, que além deste novo aumento, deve voltar a subir nos próximos meses. "O leite ficou 15% mais caro. Feijão 10% e arroz 5%. Alguns produtos já foram remarcados, mas trabalhamos para que os reajustes não sejam demasiados", diz ele, que avalia que os aumentos ao consumidor final não devem superar 7% "juntando todas as categorias".

Fontes pontua ainda que apesar das altas, itens como o açúcar e o arroz devem ficar estáveis nos próximos meses. "Até maio haverá novas altas, mas não vai subir absurdo. Feijão vai aumentar, mas os outros alimentos não têm essa tendência. O açúcar vai cair, isso é certo", conta.

PESQUISA - Responsável por estudo semanal de preços na região para a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto, avisa aos consumidores que a pesquisa ainda é a melhor arma na hora da compra. "Vemos muitas diferenças entre mercados pesquisados. A média de variação é de 30%, mas chega a superar 100% em alguns produtos. É importante que o consumidor fique de olho nisso", aponta.

Para ajudar no equilíbrio das finanças da casa, o engenheiro alerta que os clientes podem optar por substituir produtos que estejam com custos altos, caso, por exemplo, dos hortifrutis. "As pessoas não estão com tanto dinheiro no bolso. Pode se observar isso, por exemplo, na venda de carnes. Os clientes têm comprado menos, o que fez com houvesse oferta de melhores valores nos itens nesta semana. É bom sempre substituir produtos mais caros, quando possível", avalia.