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Carla cita destravar créditos do ICMS no caso GM

Deputada estadual eleita diz que pedirá a João Doria para liberar recursos para todas as montadoras

Raphael Rocha
25/01/2019 | 06:30
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Denis Maciel/DGABC


Deputada estadual eleita, a primeira-dama de São Bernardo, Carla Morando (PSDB), afirmou que pleiteará junto ao governador João Doria (PSDB) e ao secretário da Fazenda paulista, Henrique Meirelles (MDB), a liberação da devolução de crédito de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) na tentativa de aplacar a crise deflagrada na semana passada pela montadora norte-americana GM (General Motors), que ameaçou abandonar as atividades no Brasil.

Embora crítica à postura da direção da GM na América Latina, Carla considerou ser plausível debater o destravamento de uma promessa que se arrasta há um ano e meio. Em agosto de 2017, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC (à época presidido pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, PSDB), Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Abinfer (Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais) e Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) anunciaram que haviam acertado, junto ao governo do Estado, então sob administração de Geraldo Alckmin (PSDB), a possibilidade de utilizar recursos tributários para impulsionar a cadeia automotiva estadual – só para o Grande ABC, a projeção era de investimentos de R$ 5 bilhões. Desde então, nada avançou.

“Teremos reunião na próxima semana e levarei este tema ao governador João Doria e ao secretário Henrique Meirelles. É possível haver essa liberação dos créditos do ICMS, mas para todas as montadoras, não apenas para a GM”, ponderou Carla, que tem participado dos encontros de secretariado promovido semanalmente por Doria. “Poderíamos, inclusive, pensar em um comitê para debater o que o poder público e o setor privado podem fazer para melhorar a cadeira produtiva como um todo. Um comitê com deputados, governo do Estado, montadoras. Estou à disposição para colocar isso em prática.”

Carla questionou a postura da direção da GM. Na sexta-feira, a montadora encaminhou comunicado aos funcionários relatando a chance de fechar as atividades na América Latina sob alegação de falta de lucro. Nesta semana, houve diversas reuniões para buscar contornar a crise e a multinacional, que possui fábrica em São Caetano e em São José dos Campos (no Interior), reconsiderou a ameaça, porém, pediu auxílio para voltar a investir. A liberação de créditos do ICMS esteve entre as solicitações da empresa norte-americana. Meirelles também tratou do assunto.

“Não achei a melhor maneira de se negociar. Poderia ser colocada a lista de problemas em uma mesa de negociação, todos conversarem e buscar o melhor entendimento. (A GM) Foi a público e pediu isenção fiscal. Não é o correto”, pontuou a tucana. “Além disso, quem em sã consciência fala em deixar o Brasil depois de investir R$ 1,2 bilhão e projetar R$ 13 bilhões para os próximos anos? Quem em sã consciência fala em sair do País que confere ao seu produto a marca de líder de vendas, como é o caso do Ônix? Não é razoável.” RR




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