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GMC prevê a quebra dos adversários
Marcelo de Paula
Da Redaçao
01/04/2000 | 00:13
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Com elenco teoricamente inferior ao dos anos anteriores, os dirigentes da equipe de futsal da Chevrolet/GMC apostam na quebra dos clubes de futebol, que investiram pesado na modalidade de salao e inflacionaram os salários dos jogadores. Esse, aliás, seria o grande motivo para as equipes montadas por empresas nao estarem muito bem esse ano.

Os viloes seriam principalmente o Vasco da Gama, o Flamengo e o Sao Paulo, que ofereceram verdadeiras fortunas para contratar os melhores jogadores. As informaçoes que correm nos bastidores é de que o ala Manoel Tobias, considerado o melhor do mundo, estaria recebendo R$ 48 mil por mês, e o fixo/ala Schumacher, ex-GMC, ganharia em torno de R$ 20 mil, para defenderem o Vasco.

"Nao acredito que isso dure muito tempo. Se os resultados nao aparecerem, essas equipes serao desmontadas. Nao é uma situaçao nova, já aconteceu com o Banespa e com a Enxuta em anos anteriores", comentou o presidente da ADC GM, Carlos Vitiello.

Para Vitiello, o caixa dos clubes nao deve suportar por muito tempo o pagamento de salários tao altos. "Em dois ou três anos os clubes devem começar a abandonar o futsal. Parece que é a gente que nao está batalhando, mas a nossa verba para a modalidade aumentou 20% com relaçao ao ano passado, mesmo assim nao deu para segurar jogadores. Lá fora estao fazendo loucuras", afirmou.

Mas o dirigente garante que nao pretende esperar dois ou três anos para iniciar uma modificaçao na equipe e torná-la mais competitiva. O clube está se adequando às novas regras estabelecidas pela Lei Pelé, e quando tudo estiver pronto dará para traçar uma nova estratégia.

"A Lei Pelé deverá aumentar muito os custos dos clubes. O prazo para adequaçao é até março de 2001, mas há muitas dúvidas ainda. Já consultamos especialistas e eles dizem que até o final do prazo deverá haver muitas mudanças. Com essa questao definida, aí sim teremos condiçoes de trazer grandes jogadores ou mesmo manter aqueles que estiverem se destacando aqui".

O problema é que a Lei Pelé obriga que o clube registre o jogador em carteira profissional e pague a ele todos os encargos, como ocorre com qualquer trabalhador. "Alguém que ganha R$ 1 mil por mês, custa quase R$ 2 mil para a empresa. Imagine alguém que receba salários de quase R$ 50 mil, como parece ser o caso do Manoel Tobias. Fica inviável para qualquer clube. A soluçao, aparentemente, é registrar com 30% do valor e o restante acertar por meio de um contrato de cessao de imagem", disse.

De 1996 para cá, a GMC ganhou notoriedade no país com a conquista de diversos títulos. Entre eles o Paulista e o Brasileiro, além de sempre obter boas colocaçoes na Liga. Mas também perdeu jogadores selecionáveis, como Schumacher, Falcao, André, Maicky, Lenísio e Simi. "Queremos continuar grandes, mas nao podemos tirar nossos pés do chao, como os clubes estao fazendo".




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