A Bridgestone Firestone pretende investir de US$ 100 milhões a US$ 120 milhões nos próximos três anos para manter a unidade fabril de Santo André atualizada tecnologicamente e outros US$ 30 milhões que permitirão à empresa aumentar a produção de pneus para veículos de carga de 5 mil unidades por dia para 7 mil até 2013.

A informação partiu do próprio presidente da empresa, o mexicano Humberto Gómez Rojo, que há um ano comanda as operações da multinacional no Brasil, durante entrevista exclusiva concedida ao Diário na última quarta-feira.

Engenheiro formado pela Universidade do México, Rojo trabalha na multinacional há 25 anos. Além de México e Brasil, o executivo comandou as fábricas da Venezuela e Porto Rico.

“A idéia é, aos poucos, ir transferindo a produção de pneus menores para a fábrica da Bahia e deixar aqui apenas os pneus de carga, que são mais rentáveis. Achamos que essa é a vocação para esta unidade”, declarou Rojo.

A capacidade total instalada em Santo André é de até 35 mil pneus por dia, enquanto em Camaçari é de 8 mil, com possibilidade de chegar a 24 mil. São empregados 3 mil trabalhadores na região e outros 600 na Bahia.

Mercado - Com relação às notícias que circularam na mídia de que está faltando pneus para abastecer as montadoras, Rojo disse que a demanda brasileira aumentou bastante e de forma muito rápida.

Ele se esquivou de responder aos comentários de que apenas as montadoras que aceitam pagar mais conseguem uma cota maior do componente nas linhas de montagem. Mas confirmou que há dificuldades de fornecer na quantidade exigida pelos fabricantes de veículos.

“Em torno de 50% da produção é direcionada ao mercado de reposição, 25% são exportados e outros 25% vão para as montadoras. A demanda cresceu muito rapidamente e não podemos simplesmente desabastecer um segmento para beneficiar outro. Por outro lado, não é possível aumentar a produção em níveis muito altos de uma hora para outra”, explicou.

Mas se depender da vontade da Bridgestone, em breve o mercado estará recebendo maior quantidade de produtos da marca. É que a empresa se planeja para trabalhar com 100% de sua capacidade a partir da metade do ano.