O presidente da FUABC (Fundação ABC), Marco Antônio Espósito, afirmou ontem que deve estender a parceria com a Prefeitura de São Bernardo às investigações da Operação Parasitas, criada pela Polícia Civil para desbaratar empresas que fraudavam licitações públicas na área da Saúde. Ele deverá participar de comissão que fará auditoria para saber se a Home Care, uma das envolvidas no esquema, fornecia de fato tudo o que apontava em nota.

Espósito acredita que conferir as quantidades de remédios e materiais médico-hospitalares seja a forma mais fácil de confirmar se a empresa operou de forma fraudulenta no município. "É muito fácil verificar isso, basta ir atrás de todas as prescrições para pacientes, contar e ver se bate com o que foi colocado como consumo pela Home Care", explica.

A preocupação de Espósito em cooperar com a administração municipal surgiu após as denúncias da última semana. Embora negue que exista interferência da fundação na escolha da empresa fornecedora de medicamentos, o presidente da instituição admite que há responsabilidade legal e administrativa sobre o contrato com a Home Care, estimado em R$ 30 milhões.

O presidente da FUABC aponta que não recomendará a assinatura ou renovação de contratos com a Home Care enquanto houver suspeição a respeito da participação da empresa no esquema de fraudes.

Além de São Bernardo, a fundação tem atuado em Santo André, São Caetano e Diadema, porém, sem qualquer participação administrativa, apenas técnica. Essas cidades também contam com fornecimento de medicamentos e materiais médico-hospitalares provenientes de empresas indiciadas na Operação Parasitas.

Sob aspecto técnico, Espósito afirma que todos os produtos fornecidos contam com qualidade assegurada. "Não foi utilizado medicamento ou material de baixa qualidade. Temos farmacêuticos da FUABC que certificam isso no local", explica.

O presidente da FUABC garante também que não haverá desabastecimento nos próximos meses. "Temos inclusive um plano B, caso haja algum imprevisto."