Política Titulo ESCOLHIDO ÀS PRESSAS
Antonio Neto nega ter sido plano B do PDT na disputa ao Senado
Junior Carvalho
08/09/2018 | 07:34
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Nario Barbosa/DGABC


Escolhido às pressas como candidato do PDT ao Senado, o sindicalista Antônio Neto, 65 anos, minimizou o fato de ter sido escalado pelo partido para a disputa só depois de o PSB rejeitar apoiar o presidenciável pedetista, Ciro Gomes. Em visita ao Diário, Neto, que nunca disputou cargo público, rechaçou a possibilidade de ser prejudicado com o fato de competir com nomes já conhecidos do eleitorado. “Eu aposto no novo”, disse o pedetista.

Natural de Sorocaba e ex-militante do MDB (ex-PMDB), Neto se filiou no ano passado no PDT, mas até agosto não seria candidato. O PDT apostava no apoio do PSB na corrida presidencial e, em troca, faria adesão ao projeto do governador Márcio França à reeleição. Os pedetistas de São Paulo reivindicaram a vaga de vice na chapa do socialista e chegaram a oficializar em convenção, inclusive, aliança com o governador. Com a decisão do PSB, em articulação conjunta com a cúpula do PT, em abrir mão de coligação formal na corrida nacional, o PDT paulista escolheu Neto como candidato a senador e lançou Marcelo Cândido, ex-prefeito de Suzano, como postulante ao governo do Estado.

Ainda assim, Neto afasta a tese de que foi o plano B do partido. “Não, pelo contrário. A gente é triplo A. Não tem nada de plano B, são três (planos) A (ele próprio, Cândido e Ciro)”. Segundo ele, sua candidatura, mesmo definida em cima da hora, tem sido bem recebida pela militância do partido. “Vocês não têm ideia da receptividade do partido com essa decisão. Porque os caras dizem que time que não disputa campeonato não tem torcida. Você só ser aliado, fica solto”, avaliou.

Neto também minimizou o fato de ir às urnas ao lado de candidaturas competitivas, como a do atual vereador paulistano e ex-senador Eduardo Suplicy (PT). O pedetista sustenta justamente o contrário para acreditar em vitória em outubro. “Há uma rejeição para aqueles que já estão no Congresso Nacional e estão próximos de partidos que fizeram coisas contrárias ao povo brasileiro. A Mara (Gabrilli, deputada federal e candidata ao Senado pelo PSDB), por exemplo, é uma boa companheira. Mas aí você pergunta para o trabalhador: como ela votou na reforma trabalhista? Como ela votou no teto de gastos? Eu estou apostando no novo. Estou dizendo que nunca fui candidato”, comentou.

“Eu acho que está tudo em aberto (o pleito). Até a vaga do Suplicy. Há quatro anos, ele disparou nas pesquisas e, quando chegou, na (data da) eleição perdeu para o (José) Serra (PSDB). Ele também tem o desgaste do próprio partido, tem o desgaste de ter sido senador por 24 anos. Eu pergunto para o povo de São Paulo o que esse senador fez pelo Estado e você não encontra a resposta”, emendou o sindicalista. Pelo menos em 2010, Neto subiu no palanque de Dilma Rousseff (PT) e de Marta Suplicy (então no PT, hoje sem partido).

Analista de sistemas de formação e presidente licenciado da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Neto se classifica como seguidor do ex-presidente Getúlio Vargas. “Defendo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), defendo a estrutura sindical e sou defensor da contribuição compulsória.” O pedetista também promete, se eleito, defender a revogação da reforma trabalhista e a maioria das propostas defendidas no plano de governo de Ciro. 




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