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Faltou habilidade política, diz ex-secretário
Por Flávia Braz
Especial para o Diário
24/06/2006 | 08:20
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“Falta de habilidade política.” Para o ex-secretário de Finanças de Ribeirão Pires, Maurício Spolidório, que permanecerá no cargo até o final do mês, este pode ter sido o motivo determinante para que ele deixasse de fazer parte do governo Clóvis Volpi (PV). Comentários de bastidores sobre a reforma administrativa, que implicou em alterações no primeiro e segundo escalões do Executivo, concretizaram-se e serviram de alerta para Spolidório, que antecipou-se a um possível pedido de exoneração e decidiu deixar o secretariado no início desta semana.

“Não tenho vínculos políticos, meu cargo é técnico, mas não tem como negar que esta é uma secretaria que também exige atuação política. Não me sinto muito à vontade para exercer funções desse tipo”, afirma Spolidório.

“Quando os comentários começaram fui falar com o prefeito e ele disse que não tinha intenção de modificar Finanças. Mas entendo a posição dele, por isso fiz uma carta e o deixei à vontade para fazer o que achasse melhor”, conta.

O anúncio oficial de Volpi sobre a reestruturação do Executivo, que não mencionava a ‘queda’ de Spolidório, não foi suficiente para cessarem os comentários no Paço Municipal, que apontavam para uma possível mudança de Secretaria de Finanças. Spolidório aproveitou a oportunidade e solicitou sua própria saída.

“Foi um alerta, senti que era o momento de deixar o posto pelas próprias habilidades políticas que ele demanda”, garante o demissionário secretário, que iniciou a gestão como adjunto de Lázaro Leão e tornou-se titular no início do ano.

Casa em ordem – Segundo Spolidório, a equipe de Finanças caminha em “perfeita sintonia” e o período de transição é dispensável. “Hoje damos continuidade ao trabalho que foi traçado desde a época do Leão. Tudo anda muito bem, nosso time é excelente. Está tudo tão organizado que eu poderia sair no dia seguinte sem problemas.

Para ele, o importante para o desenvolvimento da Pasta é a manutenção de seus funcionários. “Quem entrar encontrará a casa em ordem, basta não fazer alterações na equipe atual. Técnico você troca, mas não se deve mexer no armador da jogada porque isso pode dar problemas”, diz.

Mudanças – Esta é a sexta reforma realizada pelo chefe do Executivo em menos de sete meses. A reestruturação desta vez não envolve apenas ‘troca de cadeiras’, mas afetará também a estrutura física de grande parte das Pastas. Para Spolidório, este pode ser um ponto negativo da reestruturação. “Até as pessoas se adaptarem acredito que haja um impacto e que não seja nada favorável.

O secretário pensa na nova sala e deixa de lado a obra que tem que ser tocada. Passa rápido, mas sempre há um abalo”, afirma, sem deixar de lado a expectativa com a nova fase. “Voltarei a cuidar de consultoria. Terei mais liberdade, vou voltar a ser dono do meu nariz. É hora de fazer o que eu gosto e curtir a vida”, empolga-se. (Supervisão de Lola Nicolás)



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